O gibão está entre os animais de casai fixos – um mesmo casal pode ficar junto a vida toda.
Os primatólogos distinguem seis espécies de gibões, que não são facilmente reconhecíveis à primeira vista, por existir grande variação individual na coloração geral, bem como uma certa diversificação em caracteres anatômicos dentro de uma espécie, como é o caso da ocorrência da membrana interdigital.
Entretanto, todas compartilham de alguns traços de comportamento, como dos hábitos sociais, encontrando-se bandos pequenos de quatro a seis indivíduos, apenas, sendo um macho, uma fêmea e até quatro jovens. Ocupam e defendem um território, que abrange uma área de aproximadamente um quilômetro quadrado.
Os primatólogos distinguem seis espécies de gibões, que não são facilmente reconhecíveis à primeira vista, por existir grande variação individual na coloração geral, bem como uma certa diversificação em caracteres anatômicos dentro de uma espécie, como é o caso da ocorrência da membrana interdigital.
Entretanto, todas compartilham de alguns traços de comportamento, como dos hábitos sociais, encontrando-se bandos pequenos de quatro a seis indivíduos, apenas, sendo um macho, uma fêmea e até quatro jovens. Ocupam e defendem um território, que abrange uma área de aproximadamente um quilômetro quadrado.
Eles alimentam-se de frutas e vivem nas selvas do sudeste asiático, mas o suprimento de frutas é limitado. A única maneira de o macho garantir comida suficiente para os filhotes é defendendo territórios com árvores frutíferas. Como seu território é suficiente para alimentar apenas a si próprio e sua família, ele é forçado a unir-se a uma única fêmea.
Os gibões machos permanecem perto da parceira e dos filhotes para protegê-los de outros machos. Os machos sozinhos estão sempre procurando uma chance de roubar as parceiras e os territórios alheios e, quando conseguem, matam os filhotes de seus antecessores.
O gibão siamango cantarola para a parceira pela copa de uma árvore na floresta de Sumatra.
A coral matutino do gibão reverbera pela floresta tropical no sudeste asiático, enchendo-a de significados.
Do topo das mais altas árvores, os casais de gibões entoam entre si cantos “alvoroçados” através das copas.
Além de manterem o casal unido, seus cantos servem de advertência a outros gibões, afastando-os de sua área domiciliar. Os ouvintes provavelmente avaliam o físico e o porte do casal cantante pelo seu dueto. O canto pode também indicar a estabilidade do casal, pois o casal bem treinado entoa um dueto bem coordenado. Os gibões casam-se para toda a vida, e seus cantos são essenciais para fortalecer e renovar o casal.
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O gibão siamango usa as profundas bolsas ressonantes da garganta para dar mais alcance aos sons que cria. Os machos e as fêmeas cantam ao mesmo tempo, mas em outras espécies de gibão eles se alternam. O dueto dos gibões cristados à moda dos tiroleses é um exemplo espetacular.
Após a abertura calma da fêmea, os cantores alternam um canto rítmico, que vai diminuindo para a fêmea poder soltar seu estonteante “grande brado”. É o clímax do dueto realizado pelos cantores emocionados, balançando-se nos galhos das árvores.
Nenhum dos outros macacos antropóides – chimpanzé, gorila e orangotango – é tão vocal quanto o gibão. Nas disputas territoriais dos bandos, a competição quase que só se limita à voz e à mímica. Também nesse aspecto, o gibão é o primata de maior semelhança com os seres humanos.
Tanto quanto o africano, também o leopardo asiático faz dos macacos um item dominante em sua dieta. Mas, quando se trata de perseguir um gibão pelas copas das árvores, a caçada se mostra uma competição de agilidade, difícil para o felino. Quase impossível alcançar o antropóide.
Classe: Mamíferos
Ordem: Primatas
Família: Pongídeos
Espécie: Hylobates lar
É muito raro que um gibão desça das árvores voluntariamente. Para beber água, ele se pendura em um galho baixo, na margem de um rio ou lago, e bebe com a mão em concha. Mas há um perigo: crocodilos.
Bem equilibrado sobre o grosso tronco, o leopardo dobra as pernas, encosta o ventre no galho, acomoda a cauda e prepara o bote. Mas a presa, um gibão, percebe de relance a ameaça mortal e salta primeiro – o mais longe possível da fera. É o começo de uma movimentada perseguição pela trama intrincada da copa das árvores. O leopardo corre num ziguezague de saltos, sempre em galhos bastante robustos para suportar-lhe o peso. Já o gibão, que pesa muito menos, segue em linha menos sinuosa. Pendura-se de um galho com uma das mãos, joga o corpo para a frente como um pêndulo, agarra o galho seguinte com a outra mão e assim vai, em oscilações velozes e sucessivas. De vez em quando, ao passar de uma árvore para outra, precisa dar um salto mais arrojado, para transpor um claro de 2 metros ou mais.
Em pouco tempo, o leopardo desiste. Não pode equilibrar-se em galhos finos, onde o gibão desaparece. Enquanto isso, o gibão continua, impelido pelo pânico, que não o deixa parar tão cedo. Se o leopardo tivesse podido persistir, acabaria por alcançar a presa: num dos saltos afobados, o gibão acaba agarrando um galho carcomido, o apoio cede, o bicho despenca lá de cima e fratura os ossos do ombro. Mas logo se levanta, os movimentos agora retardados pela dor, dá uns passos ereto e vai gingando até o tronco da árvore, que escala com dificuldade. E some.
Várias características importantes do gibão sobressaem nessa rápida cena. O andar ereto, por exemplo, é o mais parecido que há em relação ao humano. E, apesar do acidente (é comum gibão cair de um galho), os dedos preênseis salvaram a situação na fuga.
Esse detalhe da conformação dos dedos é uma das mais relevantes características evolutivas dos macacos e do homem. O polegar humano (uns 57% do tamanho do terceiro dedo) , capaz de rodar na base e opor-se aos outros dedos, foi decisivo para o aproveitamento de instrumentos, depois para a manufatura de outros. Isso mudou o mundo.
Essencialmente arborícola, o gibão alimenta-se de castanhas, frutas, insetos, larvas, ovos e filhotes de aves, tudo isso fácil de achar na folhagem. Vez por outra, sua agilidade lhe permite capturar até aves adultas.
O cérebro do gibão é bem mais desenvolvido que o dos macacos de cauda. Isso não significa que ele seja muito inteligente. Em todo caso, sua inteligência, somada a outras características do corpo, como a perda do rabo, é suficiente para que ele possa ser considerado um animal de transição entre os macacos inferiores – tipo sagui – e os antropóides sem cauda (apesar de não ter cauda, o gibão ainda anda pelas árvores).
Os fósseis de seus antepassados (com o nome de Pliopitecos) são antigos — uns 25 milhões de anos mais ou menos. E de um parente próximo desses seus antepassados, o Sivapiteco, devem ter evoluído os orangotangos, mais um passo em direção ao homem. Hoje o gibão nos parece um bicho pouco inteligente. Mas já houve tempo em que era o habitante mais esperto deste planeta.
Em liberdade, o gibão é um bicho arisco e agressivo. Mas com paciência e habilidade é possível domesticá-lo.
Os siamang e os gibões distinguem-se dos demais Pongídeos (gorila, chimpanzé e orangotango) pelo tamanho menor, tipo de locomoção e presença de calos ciáticos.
Os filhotes gostam de se agarrar às mães, ficando de cabeça pra baixo.
O siamang
Symphalangus syndactylns — o siamang é um dos gibões mais conhecidos. Pode ter até um metro de altura. Sua pelagem é completamente negra.
Diferencia-se das espécies próximas pela presença de uma membrana que une o segundo ao terceiro dedo dos pés e de um saco vocal inflável situado na região da laringe.
Vivem em bandos nômades, guiados por um chefe.
Os cuidados maternos não se resumem à atitude de defesa: constitui sempre um espetáculo enternecedor observar as mães banharem os filhos. Elas carregam-nos para a margem de um rio e. sem dar atenção aos gritos, mergulham os macaquinhos na água. Em seguida, enxugam-nos cuidadosamente.
É mais fácil escutar os siamang do que vê-los. Ao amanhecer e ao pôr-do-sol eles emitem gritos ensurdecedores, que podem ser ouvidos a quilômetros de distância.
Os gibões podem saltar de uma árvore para outra a mais de dez metros de distância. O polegar reduzido e os braços mais longos que as pernas constituem adaptações à vida arboricola.
Os gibões são parecidos com os monos e os macacos-aranhas brasileiros, nas proporções e na redução do polegar.
Uma das diferenças é que os gibões não tem cauda.
Gibões costumam ser monogâmicos.
Quando atinge a maturidade sexual, o macho procura estabelecer o próprio território, cantando sozinho até encontrar sua parceira.
Uma vez juntos, o casal marca seu território na copa das árvores, cantando alto num dueto.
Um modo fácil de distinguir os gibões dos os outros Primatas é olhar quando em pé seus braços encostam no chão, os braços são compridos para adapterem-se melhor à vida nas árvores.
Os gibões habitam exclusivamente o sudeste asiático.
Os siamang vivem apenas em algumas regiões da península de Malaca e em Samatra.
Alguns primatólogos consideram os gibões e os siamang suficientemente distintos dos demais antropóides – pelo modo de locomoção e pelas dimensões — para classificá-los em uma família à parte, a dos Hilobatídeos.
Seu tamanho nunca ultrapassa um metro, e têm a cintura estreita.
As pernas são mais curtas que os braços, a cabeça é pequena e ovóide.
Ao contrário dos demais antropóides, exibem calosidades ciáticas. A cauda é rudimentar e invisível. A pelagem, sedosa, é preta, castanha, castanho-acinzentada ou amarelo-palha.
Esse modo de se locomover, pendurado pelos braços, chama-se braquiação.
São os membros posteriores, robustos e flexíveis, que impulsionam o gibão nos saltos longos e perigosos, de uma árvore para outra. Os membros anteriores auxiliam-no, permitindo-lhe agarrar sem esforço galhos que parecem, à primeira vista, estar fora de seu alcance.
É claro que esses membros são incômodos para andar no chão, e o gibão só os usa para subir em árvores ou saltar. Seu comprimento explica porque o caminhar dos gibões não passa de um bambolear dos membros posteriores, que deslocam com dificuldade o corpo, cujo equilíbrio só consegue ser mantido pelos braços abertos. Porém, no alto das árvores, subindo, saltando ou equilibrando-se, os gibões demonstram muita agilidade.
Gibão cinzento
O Hylobates moloch pode atingir 90 centímetros de altura. Vive nas florestas de Java e Bornéu, e difere do siamang por ter os dedos dos pés sem membranas e pela coloração de sua pelagem, que é mais clara, de cor cinza.
É tão ágil que às vezes parece estar voando entre as árvores.
Parece divertir-se com a própria agilidade, pois, quando enfrenta um obstáculo que pode facilmente contornar, prefere saltar. Pode até mudar de direção em pleno voo. Agarra-se ao primeiro ramo que encontra, balança-se por alguns segundos e lança-se no espaço, com uma segurança espantosa, para agarrar o ramo seguinte.
Grande parte de seus deslocamentos se faz em voo planado. Só desce ao solo para beber e, uma vez satisfeito, volta rapidamente para as alturas. É nas árvores que pode escapar de seus predadores, e nesse ambiente pode dar livre curso à sua necessidade de movimento.
Não é fácil observá-lo em liberdade, porque evita a companhia do homem e não gosta das clareiras porque prefere andarpelas árvores.
Às vezes param e ficam parados pendurados por uma das mãos, imóveis como estátuas, observando. De repente, começam tudo de novo.
O gibão hoolock
O Hylobates hoolock é uma espécie vizinha do wou-wou (acima). Sua pelagem é inteiramente negra, com exceção de uma banda branca na fronte. Vivem em serras pouco elevadas, não suportando o frio.
Alimentam-se de frutos, ervas e ramos tenros. Apreciam igualmente insetos, aranhas, ovos e pequenos pássaros que apanham nos ninhos ou agarram em pleno voo.
O gibão lar
O Hylobates lar caracteriza-se por sua barba, mãos e pés brancos, e o restante da pelagem castanho-escura.
Como os demais gibões, dorme abraçando os joelhos dobrados e com a face escondida.
O jeito engraçado do gibão andar no chão é para manter o equilíbrio.