Hoje vamos falar sobre Cercopitecos ou Guenons.
Na África, ao sul do Saara, encontramos uma grande variedade de Primatas: os maiores, alguns dos menores, mais bonitos, mais feios, arborícolas e terrícolas. Um dos grupos mais importantes, cujas espécies são comumente vistas em jardins zoológicos, é o dos Guenons, constituído por cerca de 21 espécies e 67 subespécies ou raças geográficas.
No gênero Cercopithecus encontram-se várias espécies em que o comportamento social é bastante complexo.
Em geral, vivem em bandos numerosos.
Esses bandos formam verdadeiras nações.
Em seu habitat natural, mostram-se permanentemente agitados, correndo pelas árvores, saltando, gritando, simulando lutas, e dando mostras de uma curiosidade insaciável.
Os indivíduos reconhecem, apenas, o direito da força e o chefe se impõe pelo poder de seus músculos e de seus dentes.
Em conjunto, não temem os grandes predadores, evitam os perigos da selva e organizam seu suprimento alimentar de maneira a não ficarem sujeitos a períodos de escassez.
Em liberdade, o comportamento dos cercopitecos não difere muito do que podemos observar nos jardins zoológicos, onde são mantidos em recintos apropriados que imitam seu habitat.
A chegada de um bando é sempre anunciada pelo ruído de ramos secos que se quebram e pelos gritos característicos desses macacos. Quando se deslocam em uma direção determinada, fazem-no em fila indiana.
Movimentam-se com facilidade no alto das árvores, saltando de galho em galho. Cada indivíduo agarra o ramo utilizado pelo que o precede e, como só o faz quando o galho parou de se mover, o grupo desfila vagarosamente.
Os bandos, por vezes muito numerosos, são chefiados por um patriarca, sempre um velho e experiente macho, nunca por uma fêmea, por mais idosa e experiente que seja.
O chefe interessa-se pela segurança do grupo: quando este se desloca, ele permanece à frente, e, quando o grupo repousa, coloca-se em um lugar elevado, de onde pode dominar os arredores.
À tarde escolhem um local para passar a noite. Em geral, todos pernoitam em uma mesma árvore. Antes de se recolherem para dormir, estendem-se confortavelmente nos ramos mais altos, e dedicam longo tempo à tarefa de catar-se mutuamente. Esta operação constitui nos macacos verdadeiro ritual, e tem implicações definidas no estabelecimento das escalas de dominância hierárquica.
Esses bandos passam longos períodos sem molestarem uns aos outros, a não ser quando se encontram em uma mesma árvore. Neste caso, disputam arduamente a posse do território.
Não temem a água e são excelentes nadadores, e não é raro ver um bando atravessar rios. Nas zonas costeiras, onde crescem os mangues, pode-se vê-los procurando moluscos ou caranguejos nas praias. Nessa operação aventuram-se junto à arrebentacão a ponto de se molharem completamente. Em seguida, sacodem-se, como os cães, para secar o pêlo.
A época de reprodução dos cercopi-tecos, em seu habitat natural, não se limita a uma estação determinada do ano. Em seus bandos encontram-se sempre filhotes ainda em fase de aleitamento, e
vários outros já desmamados e emancipados da vigilância materna.
Bem alimentados e tratados, esses macacos chegam a reproduzir-se em cativeiro.
Guenon-de-bigode
O guenon-de-bigode vive na África ocidental, sendo reconhecidas duas raças geográficas.
É um dos que apresentam colorido mais variado. Ã
A tonalidade de sua pelagem varia do verde-oliváceo, com reflexos dourados, ao vermelho e ao cinzento-azulado, passando pelo azul-cobalto.
O dorso, a parte anterior do pescoço, a cabeça e a face externa dos membros são em geral verde-oliva, salpicado de manchas douradas. A região ventral e a face interna dos membros, mais escuros nas extremidades, apresentam um vivo colorido cinza-azulado. A face, azul-cobalto, exibe sobre o lábio superior uma mancha branca em forma de arco, cujas pontas se voltam para cima, justificando seu nome popular. É também circundada por suíças amarelas e bri-
lhantes, separadas dos pêlos oliváceos da cabeça por uma faixa negra. A cauda é de um vermelho ferruginoso, mais clara na raiz. Nos indivíduos saudáveis e vigorosos, a distribuição dessas cores é tão nítida e definida que parece ter sido feita a pincel.
Quanto mais forte e saudável for o guenon-de-bigode, mais vivo é o seu colorido.
Seu colorido característico só aparece no adulto, sendo a pelagem dos jovens mais ou menos uniforme.
Seu comprimento chega a um metro, incluindo a cauda, que representa a metade do total.
Em condições naturais, vivem em bandos de 30 ou 40 indivíduos. Habitam florestas úmidas situadas próximo ao mar ou ao longo dos rios.
Como os outros cercopitecos, é onivoro.
O talapoin é o menor dos Cercopitecos, medindo cerca de 30 centímetros do focinho à extremidade do corpo.
Vive nos manguezais alagados da África equatorial, em bandos numerosos.
Entre os cercopitecos existem algumas das espécies coloridas e vistosas. Ao lado, uma fêmea de diana com
seu filhote.
Duas raças desta espécie habitam a Africa ocidental.
Reconhecendo grupos familiares
Isso demostra que um macaco cercopitecoo africano adulto é certamente capaz de fazer comparações entre conjuntos de relacionamentos. Mas, como um macaco jovem parece incapaz de fazer essa distinção, ela é provavelmente algo que ele aprende com a experiência.
Uma família de cercopitecos-etiopes, em seu habitat
natural — uma clareira em uma floresta africana.
São animais ágeis e vivazes, que possuem estrutura social rígida.
Os Cercopitecos ou Guenons apresentam as seguintes características:
Porte pequeno ou médio, de 35 centímetros a 1,10 m.
Presença de 32 dentes, sendo para cada ramo maxilar: incisivos 2/2; caninos 1/1; pré-molares 2/2, e molares 3/3.
Focinho ou rostro proeminente, com bolsas na parte interna das bochechas.
Braços geralmente mais curtos que as pernas, plantígrados e com 5 dedos com unhas achatadas.
Calosidades ciáticas mais ou menos evidentes.
Cauda quase sempre desenvolvida, ausente em apenas duas espécies.
De hábitos diurnos e gregários, os Cercopitecídeos são basicamente vegetarianos.
Reconhecem-se cerca de setenta espécies, que diferem quanto aos hábitos, aparência e habitat.
Algumas são tipicamente arborícolas, como os colobos e muitos dos cercopitecos; outras preferem viver no solo (terrícolas), como os cinocéfalos.
Nas montanhas do Himalaia e do Tibete existem espécies que ocorrem em altitudes acima de quatro mil metros.
O Cercopithecus neglectus, da bacia do rio Congo, distingue-se por seu colorido.
De hábitos retraídos e índole tímida, esconde-se ao primeiro sinal de perigo.
Ágil, move-se com segurança pelas árvores.
Os mangabeis (Cercocebus) são encontrados nas florestas tropicais da África. O mangabei de colar branco vive entre os rios Níger e Congo.
Três espécies de guenon caracterizam-se pela presença de uma mancha branca no nariz. Todas habitam a África ocidental.
Os Macacos de Gibraltar tambem são cercopitecos.