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Macacos Antropomorfos

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O homem sentiu-se sempre fascinado pelos macacos Antropomorfos, cuja semelhança conosco é grande, mas cujas diferenças fazem com que o parentesco não seja imediatamente reconhecido.
Este grau de afinidade não é tão próximo como se pensou no século XIX, nem tão distante como muitos desejariam que fosse.
Na verdade, apesar de não descender de nenhum dos grupos de macacos atuais, estes e o homem tiveram origem num mesmo grupo ancestral.

Poucas civilizações mostraram-se generosas para com nossos primos silvestres:

Os egípcios endeusaram os babuínos, mas, ao mesmo tempo, treinaram-nos para colher figos.
Na índia de hoje, ainda se dedicam templos às espécies sagradas e respeita-se sua presença, às vezes nefasta, nas plantações.

Os macacos eram exibidos nos circos romanos.
Os árabes viam neles a encarnação do diabo.

É fato que os macacos estão mais próximos de nós, na escala zoológica, que os demais Mamíferos

A subordem dos Antropomorfos reúne as espécies que apresentam as seguintes características:

• Crânio volumoso, com cérebro complexo e órgãos da visão aperfeiçoados.
• Adaptações à vida arborícola, mas que lhes permite movimentar-se à vontade no chão.
• Dentadura com 32 ou 36 dentes, que se dispõem, em cada ramo maxilar e mandibular, do seguinte modo: incisivos, 2/2; caninos, 1/1; pré-molares, 2/2 ou 3/3, e molares, 3/3.
• Membros plantígrados, preensores, com o primeiro dedo sempre oponível e as unhas geralmente achatadas.
• Um par de mamas peitorais, um sistema reprodutório aperfeiçoado, estrutura social complexa, cuidados maternos prolongados, uma ou duas crias por gestação.
• Regime alimentar vegetariano ou, em grande número de espécies, onívoro.
• Atividade diurna, com poucas exceções.

Os Antropomorfos vivem nas regiões quentes do globo, com exceção da Austrália.
Sua área estende-se da ilha de Honshu, no Japão, ao extremo sul da África e ao Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
O homem vive praticamente em todo o globo terrestre.
O porte dos Antropomorfos varia de 15 centímetros (mais 20 cm de cauda), no sagui, a cerca de dois metros (e 300 quilos de peso) no gorila.

Quando se compara o esqueleto dos macacos com o do homem, constata-se uma grande semelhança e também pequenas diferenças, que permitem a exploração de modos de vida e de habitais distintos.
Macacos-aranhas, monos e gibões têm estrutura leve e delicada, compatível com a vida arborícola, enquanto os gorilas que vivem no solo, apenas subindo aos ramos baixos das árvores para construir um ninho provisório onde passam a noite, possuem esqueleto reforçado e maciço, suportando o enorme peso da massa corporal.

Desenvolvimento psíquico

O desenvolvimento psíquico dos Antropomorfos representa um dos temas de maior interesse. Se o passado dos organismos constitui uma das determinantes de seu futuro, podemos buscar no estudo da vida dos Primatas a chave de muitos aspectos do comportamento e da evolução do homem.

Existem diferenças no grau de desenvolvimento psíquico das diversas espécies, como também variações individuais dentro de cada espécie.

Os Antropomorfos podem revelar-se irascíveis e maus, engenhosos, vingativos, sensuais, egoístas, melancólicos, brincalhões e alegres.
Mostram comportamento social bem pronunciado, com organização complexa. São corajosos quando se trata da defesa do território ou das crias, e solidários no que toca às atividades comuns e, em certos casos, à divisão de trabalho e cooperação na execução de determinadas tarefas.

Certas espécies reúnem-se em bandos mistos, como alguns saguis amazônicos, e algumas demonstram cuidado e afeição por indivíduos de outras espécies ou mesmo de outras famílias.

Os Antropomorfos atingem um grau de desenvolvimento psíquico superior ao da maioria dos Mamíferos, entretanto, em certos tipos de atividade intelectual, ficam aquém dos ratos e dos golfinhos.

Sabem utilizar-se de instrumentos, o que é raro entre os outros animais.

Pode-se afirmar que os Antropomorfos são racionais, dotados de boa memória, capazes de tirar proveito da experiência a fim de evitar certos perigos, e possuidores da faculdade de simulação em grau elevado.

Os Antropomorfos são apegados aos seus semelhantes e sentem separar-se de seus mortos, enquanto que os outros Mamíferos às vezes os devoram.

Nos Antropomorfos, em cuja maioria das espécies a fêmea pare apenas uma cria de cada vez, o cuidado com a prole é característico. Desde que nasce, o filhote agarra-se ao corpo da mãe, em geral ao peito.
A mãe cuida para que não caia, toma-o ao colo, embala-o, exibe-o e defende-o em todas as ocasiões.

À medida que crescem, os macaquinhos tornam-se mais independentes, correndo em liberdade: mas, ao menor sinal de perigo, refugiam-se junto à mãe.
Elas também costumam chamar os filhotes com um grito, como fazem diversos mamíferos.

As fêmeas dos antropóides não se mostram às vezes boas mães em cativeiro, pois em liberdade são as de mais idade que se encarregam de ensinar às mais jovens os cuidados maternos. Por essa razão, em poucos jardins zoológicos a criação é coroada de êxito.

macaco-cercopideo

Passando a conversa

Saber as intenções do outro é uma atividade onde macacos e símios parecem se superar. Esta capacidade permite que enganem uns aos outros de maneiras habilidosas. Mas chimpanzés, que são simios, parecem melhores “leitores de mentes” que macacos e estes são melhores do que gatoscachorros pássaros.
Os seres humanos parecem ter uma intuição muito mais forte sobre o processo mental do que outros animais. A possibilidade de isso ser uma distinção básica entre o homem e outros animais tornou-se objeto de estudo de cientistas. Alguns indícios de como macacos e seres humanos podem ser comparados são fornecidos pela história de um macaco:
Uma vez, enquanto seu grupo estava comendo em uma alameda de árvores, o macaco vislumbrou um cercopídeo africano macho estranho vindo na direção deles pelo prado. Já que um macho imigrante pode substituir um macho residente, o macaco começa a dar gritos de alarme de leopardo.
O intruso logo desaparece indo para a segurança de outra alameda de árvores e os dois machos passam o resto do dia se olhando desconfiados através do pedaço de campo aberto entre as respectivas alamedas. Cada vez que o intruso decide enfrentar o campo aberto novamente, o macho residente solta outra série de gritos de alarme que fazem o intruso recuar.
Entretanto, no dia seguinte, o macho residente cai em contradição
completamente dando o alarme de leopardo enquanto anda indiferente pelo campo aberto. O intruso percebe a dissimulação imediatamente e a inexistência de leopardos na vizinhança; então, atravessa o percurso para se juntar ao grupo.
Embora o macho residente soubesse como manipular o comportamento de outro indivíduo, o problema era que ele não podia perceber o mundo do ponto de vista do outro. Por isso, era impossível descobrir como o outro macho iria interpretar ações que podiam revelar seu subterfúgio.
De um modo semelhante, uma criança de dois anos pode acreditar que convence os adultos de que não comeu o sorvete da geladeira, mas não pode ver que os resquícios na sua boca expõem a mentira.

Podem ser divididos em:

• Macacos do Velho Mundo: reúne espécies da África, Ásia e Europa, entre elas, orangotangogibãochimpanzégorilamacaco-de-gibraltar e macaco-rhesus.
• Macacos do Novo Mundo: os saguis e bugios são os principais representantes desse grupo que compreende espécies que habitam a faixa entre a América Central e a América do Sul. Essa região concentra a maior variedade de macacos da Terra, provavelmente devido à grande quantidade de florestas ainda existentes.
ser humano também faz parte do grupo de primatas antropóides.