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Tuatara

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Hoje vamos falar sobre tuatara.

Classe: Répteis
Ordem:Sphenodontia

O tuatara é o único membro que restou de uma antiga família de répteis desaparecida há mais de 65 milhões de anos.

Hoje, esses sobreviventes semelhantes a lagartos vivem apenas na ilha Norte da Nova Zelândia e em outras ilhotas ao sul.

Os tuataras não têm pressa para quase nada. Eles ficam sem respirar durante mais de uma hora e dormem enquanto mastigam a comida.

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A fêmea leva de três a quatro anos para produzir um grupo de 6 a 15 pequenos ovos.
O acasalamento ocorre no verão, mas a fêmea guarda o esperma no corpo durante dez meses até fecundar seus ovos, que serão postos na primavera seguinte.

De início, os embriões desenvolvem-se depressa, mas esse desenvolvimento torna-se lento e quase pára durante o inverno. A ninhada irrompe os ovos no verão, cerca de quinze meses depois de eles terem sido postos — a incubação mais longa que a de qualquer outro réptil.
Lento mas seguro. O estilo de via do tuatara é lento — o filhote leva 20 anos para alcançar a maioridade sexual, e 37 meses entre o período de acasalamento e o rompimento dos oras. Essas criaturas semelhantes aos lagartos só param de crescer aos 60 anos de Idade e parece que vivem 100 anos.
É considerado uma espécie ameaçada desde 1895.
O nome tuatara é uma palavra Maori que significa dorso espinhoso. O tuatara é considerado um fóssil vivo, já que pouco se modificou desde o Mesozóico, o tempo dos dinossauros.

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As tuataras têm características mistas entre lagartostartarugas e aves. Os dentes estão fundidos aos maxilares e não têm órgãos de copulação nem auditivos externos. São animais de clima frio, que não suportam temperaturas acima dos 27°C. Os adultos medem cerca de 60 cm de comprimento, pesam entre 0,5 e 1 kg e são terrestres e principalmente noturnos. Os juvenis adaptaram-se a um modo de vida oposto, arbóreo e diurno, principalmente por serem uma das presas favoritas das tuataras adultas.

O ciclo de vida destes répteis é extremamente longo e os indivíduos podem chegar aos cem anos de vida. As fêmeas levam muitos anos a atingir a maturidade sexual e põem ovos apenas de quatro em quatro anos. O período entre a copulação e a eclosão é de 12 a 15 meses. As tuataras crescem continuamente até aos 35 anos de vida. Como os lagartos, as tuataras têm um olho pineal na testa, coberto por uma escama. A função deste terceiro olho, estando ele coberto, permanece desconhecida.

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As tuataras alimentam-se de insetoslagartos, ovos de aves marinhas e por vezes dos seus próprios juvenis. Habitam zonas de floresta e praias de cerca de trinta ilhas ao largo da Ilha Norte da Nova Zelândia.
A espécie S. guntheri está confinada a uma única ilha no Estreito de Cook. O S. punctatus é esverdeado, enquanto que o S. guntheri é acastanhado com manchas amareladas.
A tuatara está ameaçada por perda de habitat e pela competição com espécies introduzidas de roedores e mustelídeos.
Embora o Tuatara da Nova Zelândia seja capaz de escavar sua própria toca, muitas vezes faz uso das tocas dos petréis e pardelas.
As aves dessa espécie fazem seus ninhos em ilhas distantes, onde o solo é mais adequado: por isso, pode haver até três tocas em um espaço de 1m, facilitando a vida dos tuataras.

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Répteis primitivos mantêm o terceiro olho

Encontrados apenas em algumas ilhotas do litoral da Nova Zelândia, o curioso tuatara parece ter um terceiro olho logo abaixo de uma pele no alto da cabeça. Esse réptil primitivo, medindo cerca de 60cm, é considerado um fóssil vivo, pois sobreviveu quase inalterado durante cerca de 140 milhões de anos. Répteis semelhantes, assim como os dinossauros, estão extintos há 65 milhões de anos.

O terceiro olho do tuatara é conhecido como parietal, pois fica entre os ossos parietais, que formam a parte superior, e as laterais do crânio.

Além de ter todas as estruturas de um olho (cristalino, retina e nervos ligando-o ao cérebro) pode funcionar como um receptor de luz. Mas o tuatara não vê por aí, pois esse olho não envia mensagem alguma ao cérebro. Mas é ligado à glândula pineal, existente em todos vertebrados com espinha dorsal. Nos seres humanos, a glândula pineal localiza-se numa área interna muito profunda da cabeça.

A glândula pineal produz um hormônio conhecido como melatonina, cuja produção aumenta durante a noite, controlando o ciclo de dormir e acordar. Acredita-se também que essa glândula controla o relógio orgânico, que regula o tempo de funções como acasalamento e hibernação. Esse relógio biológico é acionado por mudanças naturais da luz que, no caso do tuatara, podem ser registradas pelo terceiro olho.

Ao crepúsculo, quando a luz e a temperatura se tornam menos intensas, todo o organismo do lagarto começa a ativar-se. Em movimentos lerdos, o bicho começa a remexer as folhas que recobrem sua toca numa espessa camada de meio metro. Aos poucos ele emerge da folhagem, para sair em busca de alimento. Com pouco mais de meio metro e 1 quilo de peso (as fêmeas pesam metade disso), não é preciso uma dieta muito volumosa para alimentar o tuatara, sobretudo porque o bicho nunca é muito ativo e, por isso, não requer grandes quantidades de energia.
A não ser que tope com algum suíno ou felino em seu caminho. Alguns desses animais, levados pelos colonizadores para a Oceania, fugiram para o mato e retornaram ao estado selvagem. Em certas áreas, acabaram por extinguir o tuatara, que não tinha força nem agilidade para sobreviver a seus ataques. Quando os encontra, o tuatara tenta defender-se a mordidas ou com golpes de suas garras de cavador. Mas acaba devorado, por que não é dotado de velocidade suficiente para fugir.
Entre os tuataras ocorrem às vezes sangrentas disputas de toca, tão acentuado é, na espécie, o impulso de defesa territorial. Bicho feroz, o tuatara às vezes enfrenta com mordidas e arranhões atacantes bem maiores que ele, como cães e gatos, embora, na maioria das lutas, o lagarto acabe vencido e devorado.

Até uns 150 anos atrás, o tuatara parecia apenas um lagarto como qualquer outro. Mas o estudo de exemplares levados para a Europa, em 1830, demonstrou que se tratava de um animal bastante incomum, supostamente extinto havia 135 milhões de anos. Certas características não deixavam dúvida: era um dos mais antigos sáurios existentes, que havia sobrevivido no isolamento das ilhas do Pacífico sul. Sua característica mais específica é um orifício no crânio, recoberto de pele, no qual se aloja o que resta do “olho pineal”, que nossos antepassados anfíbios e répteis tinham no alto da cabeça. No canto interno de nossos olhos podemos ver uma saliência vermelha: é o resto da “terceira pálpebra” que os anfíbios, répteis e alguns mamíferos (boi) ainda possuem. É para nós um resto inútil, mas testemunho de nosso parentesco. O “terceiro olho” do tuatara é também inútil, mas fala de nossos antepassados comuns.
Todos nós possuímos, dentro do crânio, uma glândula de secreção interna (isto é, que fabrica hormônios e os lança na circulação sanguínea, ao contrário das glândulas de secreção externa, como as que produzem lágrimas ou suor). É a chamada glândula pineal. Os antigos acreditavam que ela fosse a “sede da alma”.
Essa glândula tem uma estrutura muito esquisita. Mas no tuatara ela não engana: sua estrutura é a mesma da câmara fotográfica, a estrutura do olho. E os fósseis dos anfíbios de que descendemos possuem no topo do crânio um orifício para esse terceiro olho. O tuatara é o único bicho vivo no qual a evolução não transformou completamente esse terceiro olho numa glândula de secreção interna. Esse olho deixou de funcionar há uns 220 milhões de anos.

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Muitos tuataras vivem na mesma toca com esta ave aparentada com a procelária. Mas raramente estão juntos: a ave é diurna, o tuatara caça à noite; no inverno, o pássaro migra e o tuatara pode hibernar sozinho na toca.
Mas nem sempre a coexistência é pacífica: o tuatara às vezes tem oportunidade de devorar os ovos ou os filhotes da ave. Normalmente, porém, ele se alimenta de insetos, vermes e moluscos terrestres das redondezas.
Os dez ou doze filhotes rompem a casca do ovo com um dente especial, que irá cair alguns dias depois.