Lagartos sacrificam a cauda para salvar a vida
Os lagartos dependem de velocidade e agilidade para fugir do perigo. Mas, se correr não bastar, ele utilizará sua cauda.
Embora a cauda não seja essencial para o lagarto, ela tem importante papel no equilíbrio e na reprodução.
A maior parte dos lagartos solta a cauda diante do perigo, o que não só confunde seu atacante como faz com que ele concentre a atenção na cauda, enquanto o lagarto dispara à procura de segurança. Ou seja, o lagarto oferece sua cauda, em troca da segurança do resto do seu corpo.
Lagarto: Monitor
Os lagartos monitores predadores aproveitam esse hábito para se alimentar quase exclusivamente dessas caudas descartadas.
A cauda do lagarto tem partes que podem ser destacadas à vontade, pela simples contração de alguns músculos. Embora a fratura ocorra na espinha, a perda causa pouco desconforto à criatura.
Isso porque as juntas, no ponto de ruptura, são de cartilagem e não de osso, e os nervos e vasos sanguíneos são comprimidos para reduzir a dor e a perda de sangue.
Eles perseguem um lagarto menor, até que ele solte a cauda, da qual ele se alimenta.
Usando o colarinho como defesa
Com a boca aberta e o colarinho de escamas esticado, o lagarto embabadado australiano assobia desafiadoramente para o inimigo.
O babado faz esse comedor de insetos de 43 cm de comprimento parecer muito maior e mais feroz do que verdadeiramente é.
Incubadora de lagartos no cupinzeiro
Um dos vários dilemas da natureza é: o animal deve gastar energia para proteger a cria em seu início de vida, ou deve empregar energia na busca de alimento e talvez acasalar e procriar de novo?
A evolução produziu diferentes soluções para essa questão.
Algumas espécies produzem e abandonam enorme quantidade de filhotes, outras produzem muito poucos, mas zelam por eles quase até a idade adulta.
Um terceiro grupo contornou o dilema arranjando outro animal para esse serviço. O lagarto monitor rendado australiano faz parte desse grupo.
Esse lagarto vive em áreas onde há cupinzeiros.
A aeração dos cupinzeiros é feita por túneis que garantem ao cupim um ambiente com umidade e temperatura adequadas, o que propicia ao lagarto condições ideais para a incubação de seus ovos.
A fêmea cava um buraco no cupinzeiro e nele deposita seus ovos. Os cupins tapam o buraco, deixando os ovos em segurança dentro daquela fortaleza.
Nos próximos nove meses eles têm condições quase perfeitas de incubação.
Ao saírem dos ovos, os filhotes se vêem presos nas fortes paredes do cupinzeiro, mas a mãe pressente o momento do nascimento e os desenterra.
Na foto ao lado o Basilisco Verde
Lagartos escapam de perseguição caminhando sobre a água
Se um lagarto-basilisco comendo na margem de um rio da América Central for emboscado por um predador, ele tem uma saída inesperada – a superfície do rio. Ele pula e corre pela superfície da água e, mesmo que afunde logo depois, as poucas passadas que dá são suficientes para afastá-lo do predador, talvez um gato pequeno.
A uma distância adequada do inimigo, o basilisco pode sair nadando, mergulhar ou ficar submerso por até dois minutos – uma tática útil na hipótese de o predador ser uma ave de rapina.
Suas pernas longas e fortes e seus pés com dedos longos e escamados lhe permitem andar sobre a água. Sustentado pela tensão superficial da água e pela expansão dos próprios pés, o basilisco anda o suficiente para deixar para trás, em terra firme, seu perseguidor.
Durante o dia, o basilisco caça insetos, pequenos roedores e pássaros.
Quando foge, quase fica de pé, usando apenas as patas traseiras, sai correndo em alta velocidade. Em terra firme, um adulto pode chegar a uma velocidade máxima de 10 km por hora. À noite, os basiliscos costumam dormir em arbustos debruçados sobre pequenos rios, de onde podem facilmente se atirar na água em caso de perigo.
Lagartos: Teiú
Também conhecido como conhecido como jacuraru, jacuaru, jacuruaru, jacruaru e caruaru.
Tupinambis merianae (Tupinambis por causa dos índios Tupinambás), lagarto da família Teiidae.
É um dos maiores lagartos brasileiros (pode ter quase 2m de comprimento), e vive quase em toda América do Sul, preferindo as áreas abertas de cerrado e bordas de matas-de-galeria e abrigando-se em buracos cavados na terra.
É famoso por atacar galinheiros (atrás de ovos e pintinhos), mas se alimenta ovos, frutas, insetos, roedores, aves e outros répteis menores.
Também podem comer carniça.
Em média vive uns 16 anos, em terra e raramente sobe em árvores.
Prefere ficar próximo a capins baixos e pedras, onde gosta de tomar banho de sol. Tem hábitos diurnos.
É considerado agressivo, mas não ataca se não for incomodado. Para se defender usa a cauda como chicote.
A fêmea poe entre 30 e 36 ovos por postura, que eclodem após 60 a 90 dias de incubação.
Geralmente colocam os ovos dentro de cupinzeiros (o interior dos cupinzeiros tem temperatura constante).
Quando filhotes são esverdeados, e mudam conforme vão ficando adultos.
Na foto ao lado, gentilmente cedida po Luis Fernando Schwengber, podemos observar bem detalhes como as escamas, olhos, ouvido e unhas do lagarto Teiú.
Este lagarto foi fotografado próximo a uma mata (para a qual foi levado após a foto), em Curitiba.
Lagarto de chifre
O lagarto-de-chifre do Texas tem um sistema de defesa especialmente macabro.
Quando ameaçado, ele estoura um monte de pequenos vasos sanguíneos da membrana dos olhos e lança finos jatos de sangue no atacante.
Um jato bem apontado pode ser suficiente para assustar o agressor, podendo cegá-lo temporariamente.
Abaixo outros lagartos
Como é o lagarto por dentro?

Lagartos com carapaça
Há muitas espécies de lagartos que desenvolveram pontas afiadas e resistentes que recobrem sua pele.
O lagarto-dragão barbudo da Austrália infla a pele da garganta que, como o seu corpo, se eriça com espinhos, e estica as costelas para parecer muito maior e assustar seus atacantes. O lagarto-dragão chega a investir contra o intruso, caso seja incomodado quando está caçando na beira da estrada.
Na foto ao lado o lagarto diabo espinhudo, que vive na Austrália.
Os lagartos-tatus da África e de Madagáscar, como o da foto ao lado, pertencem a uma família de lagartos que desenvolveu uma armadura de pequenas escamas pontudas.
A maior parte da família usa os espinhos da cauda para bloquear a entrada de suas tocas, mas os lagartos-tatus deitam-se de costas e segurando o rabo espinhoso com a boca.
O lagarto-tatu mostra apenas sua superfície resistente e pontuda para o mundo – um círculo de espinhos pontudos e afiados demais para serem agarrados por um animal caçador.