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Babuínos

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Os babuínos habitam as savanas africanas e asiáticas em bandos.

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A organização dos bandos de babuínos varia de uma espécie para outra.Vivem principalmente no chão.
Os babuínos podem correr muito rápido e, em geral, buscam abrigo quando perseguidos por predadores.

A superioridade do babuíno

Para o babuíno macho cor de oliva a vida é uma constante luta por status, pois status representa oportunidade de procriação.
Um macho jovem sobe na hierarquia do bando expulsando os mais velhos, lutando e mostrando seus caninos aterrorizantes.À medida que ele fica mais velho e forte, sobe imediatamente de status, até chegar ao auge na meia idade. Daí por diante, sua força diminui e ele começa a baixar de status.
Entretanto, os babuínos jovens não são inteiramente desprezados. Em geral os machos com qualquer status podem copular sem dificuldade, mas, quando há oportunidade de terem filhotes, o status torna-se importante.

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Quando a fêmea é receptiva, o macho dominante tem prazer em deixar qualquer outro macho copular com ela. Mas, quando ela começa a ovular, o macho guarda-a para que somente ele seja o pai de todos os seus filhotes.

As fêmeas dão as ordens na família dos babuínos

A sociedade dos babuínos mantém-se unida através da amizade entre as fêmeas e seu relacionamento com os filhotes e os machos adultos. Um bando de babuínos consiste de grupos de fêmeas aparentadas. A mais velha tem o maior status, e é em torno dela que as outras se reúnem para descansar, cuidar umas das outras e dormir.

Embora as fêmeas mantenham-se no grupo em que nasceram, misturam-se e brincam com fêmeas de outros grupos.

A entrada do macho nessa sociedade só ocorre depois de árduo trabalho, pois os machos adultos que buscam uma companheira têm de enfrentar uma forte rede de fêmeas aparentadas e amigas.

Esse processo prolongado começa com o macho fazendo amizade de forma lenta e cuidadosa com apenas uma fêmea do bando.

Ele aproxima-se fazendo gestos amistosos e, depois de meses de persistência e paciência, finalmente chega perto o suficiente para fazer-lhe carícias.

Depois que o babuíno macho aproxima-se da fêmea, tem passe livre para fazer amizade com suas parentes, o que normalmente resulta no seu acasalamento com uma ou mais delas.

As fêmeas que engravidam ou que estão amamentando geralmente criam amizades especiais com uns três machos adultos, mantendo-se perto deles quando buscam comida e quando descansam de dia ou dormem à noite.

Às vezes, os machos defendem as fêmeas ou seus filhotes de outros membros do bando.

Dissimulação

Em uma tropa, um babuíno adolescente foi observado perturbando um outro muito jovem, e foi perseguido por um grupo de mais velhos.

De repente, ele parou de correr e ficou de pé nas patas traseiras, olhando para a frente como se tivesse visto um predador se aproximar.

Os atacantes pararam imediatamente para ver o que estava acontecendo e, quando viram que não havia nada de errado, a raiva deles tinha diminuído.
Comportamentos como esse mostram a fraqueza da sociedade estruturada dos primatas (homens, símios e macacos). Se todos fossem desonestos, a sociedade se desintegraria. Por outro lado, verificar a verdade de tudo consumiria muito tempo. Presumir que todos se comportam honestamente poupa muito tempo, mas possibilita que trapaceiros ocasionais lucrem à custas de outros.

Os pesquisadores que estudam o comportamento de primatas concordam que em um grupo íntimo, baseado em fortes laços familiares, ocorrem menos dissimulações. Isso acontece com gorilas, gibões, sagúis-pirangas e saguis, que vivem em grupos familiares grandes.

Entretanto, chimpanzés e babuínos vivem em grupos que mudam constantemente com a saída e a adesão de alguns animais. Portanto, o grau de familiaridade entre os animais tende a ser mais baixo, e os indivíduos passam a não se conhecer tão bem para poderem prever uma traição.

A contra-dissimulação, onde o animal adivinha a trama do outro e o ludibria, indica que símios e macacos são capazes de perceber o ponto de vista do outro.

Foi observada uma fêmea de babuíno atrás de uma pedra, escondendo as mãos e seu companheiro jovem da vista do macno dominante da tropa. Ela parecia ter calculado que naquela posição, o macho dominante só poderia ver sua cabeça e ombros.

Os cientistas que estudam comportamento, fazem experiências com babuínos em cativeiro. Eles retiram o macho dominante do grupo e colocam-no em uma jaula à parte, onde ele não é visto mas é ouvido pelos outros do grupo.

Quando ele vai embora, uma fêmea copula com um macho subordinado, mas o casal suprime os ruídos normais que essa espécie emite quanto atinge o clímax.

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Linguagem corporal

Os babuínos das savanas, da África Oriental, também usam a linguagem corporal em suas grandes comunidades de mais de 100 membros. Mas suas sociedades baseiam-se na hierarquia das fêmeas.

A mais velha é geralmente a mais importante, e suas filhas têm status mais elevado que as outras fêmeas. Embora os machos sejam maiores e mais fortes, só conquistam algum status estabelecendo amizade com as fêmeas importantes.

Para ascenderem socialmente, os machos têm de ganhar as boas graças delas.
O babuíno macho usa inúmeras linguagens corporais para fazer amigos.

Ao aproximar-se de uma fêmea, dá um passo para trás, mantém a cauda ereta e exibe uma cara de medo e, ao mesmo tempo, um sorriso ansioso.

Para avisar que sua aproximação é amistosa, ele joga beijos. Depois, se ela permitir, penteia o pêlo da amiga.

Se outro macho intrometer-se durante suas investidas, ele dá um grande bocejo, deixando a mostra os grandes dentes caninos.

Mas se o intruso for grande demais, ele se vira e mostra a bunda num gesto de submissão.
Os macacos conseguem exprimir agressividade, submissão e alarme com um rico repertório de gritos, expressões e linguagem corporal.

 

Os babuínos da Etiópia têm longos caninos mas tendem a decidir suas brigas com olhares zangados e batendo no chão.

O perdedor mostra submissão expondo os dentes e as gengivas rosadas como um “sorriso de medo”.
Babuínos são onívoros (como o homem).

Os cinocéfalos

Possuem o rosto alongado, como o dos cães. (Cinocéfalo vem do grego antigo kyon, kynós, cão, e kephalé, cabeça.) Depois dos antropóides, são eles os Primatas mais fortes, exibindo um corpo maciço e muito musculoso.
Sua dentição lembra a de outros carnívoros pela presença de caninos longos e agudos. A expressão dos olhos mostra seu caráter irritadiço e desconfiado.

Os membros são curtos mas fortes. A cauda pode ser longa ou curta, recoberta de pêlos muito unidos, que podem, na extremidade da mesma, formar um tufo (como a cauda do leão).

As bolsas jugais são dilatadas. Os calos ciáticos são em geral coloridos.

Os cinocéfalos, que vivem na África, ao sul do Saara, vivem principalmente em terrenos rochosos. Poucas espécies vivem nas florestas.

Quando vivem em florestas, eles são muito ágeis e não hesitam em escalar as encostas das montanhas até altitudes superiores a três mil metros, por vezes até o limite das neves eternas. Preferem, entretanto, as regiões mais baixas, entre mil e dois mil metros. Alimentam-se preferentemente de bulbos, tubérculos, gramíneas, frutos, insetos, ovos e pequenos vertebrados.

Mais que qualquer outro Primata, seu comportamento revela forte tendência para a vida terrícola.

Superficialmente, parecem com um cão de grande porte. Inclusive andam e correm de modo parecido com o dos cães.

Seu talento para a imitação e sua organização social os colocam em posição de destaque entre os Primatas. Pressentem o perigo a distância e combatem seus predadores com coragem.

Os cinocéfalos, em estado natural, evitam a presença do homem. Só o atacam se se sentem ameaçados. Temem os leões, os leopardos, além das serpentes. Não se importam com os escorpiões, apenas arrancam o ferrão, antes de comer.
Aparecem como personagens em várias lendas muçulmanas. A afirmação do Profeta, de que Alá em sua cólera teria transformado o homem em macaco, em geral faz alusão aos cinocéfalos.

Olhar fixo e berros podem desencadear uma luta.

Contato visual é a primeira parte de um conflito entre babuínos, iniciado quando dois machos se olham ameaçadoramente à distância e começam a berrar.

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Depois eles se aproximam, ainda olhando-se de frente e curvando os ombros. Gritando com excitação, intensificam esses sinais batendo com as patas no chão e investindo um contra o outro.

Se esse comportamento não intimidar um deles, os dois começam a lutar para valer.

O babuino amarelo

O babuíno-amarelo (Papio cynocephalus) vive do norte de Angola e Moçambique até o Quênia oriental e o sudoeste da Somália.

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Caracteriza-se por possuir os membros alongados e as bochechas esbranquiçadas, que se destacam na face negra.

Três subespécies são conhecidas.

Os babuínos-amarelos pertencem ao grupo de espécies que se caracteriza por constituir bandos formados por vários machos acompanhados de fêmeas e jovens.

Preferencialmente terrícolas, o único predador que os ameaça e a pantera, que não se atreve a enfrentar um bando, mas,  consegue agarrar um filhote.

Os nativos não manifestam qualquer interesse por eles, contentando-se em capturar um ou outro jovem para criar como xerimbabo (animal de estimação).

Estes animais preferem estabelecer-se nas encostas pedregosas e paredões rochosos, de onde descem às planícies em busca de água.

Não temem o homem, mas evitam aproximar-se dos lugares onde sofreram experiências desagradáveis.

Basicamente vegetarianos, sua dieta varia com as possibilidades locais e completa-se com insetos e vertebrados.
Os babuínos fêmeas com grau de parentesco vivem juntos em grupos coesos.

Para os machos serem aceitos no grupo e terem permissão para escolherem a fêmea para acasalar, tem de provar que são, antes de tudo, bons amigos.

Alguns babuínos dividem cavernas com morcegos, para dormir em segurança, longe dos grandes felinos.

Os babuínos enfrentam o ataque em formação de batalha

Os leopardos são uns dos maiores inimigos dos babuínos. Eles caçam furtivamente e, em geral, tentam pular sobre a presa antes que o bando forme uma linha de batalha.

Quando os babuínos das planícies africanas se deparam com um leopardo ameaçador em campo aberto, fogem, se puderem. Mas, se não tiverem chance, usam uma tática de formação de “retirada”.
Os machos dominantes do bando, do tamanho de cachorros grandes, arreganham os dentes de forma ameaçadora e posicionam-se entre o predador e as fêmeas e os filhotes. Até mesmo predadores ferozes como os leopardos fogem dos braços musculosos de um babuíno adulto macho.
Quando atravessam uma área aberta, esses macacos geralmente andam em formação: as fêmeas e os filhotes no centro e os machos mais fortes em volta. Os machos de status inferior vão na frente e cuidam da retaguarda.

Os ovos de avestruz são um excelente refeição. Um jovem babuíno corre o risco de ser ferido ou morto pelos pais da ave, para pegar o ovo.

Sinais de sofrimento

Parece provável que alguns símios e macacos compreendam realmente a morte.

Washoe era uma chimpanzé em cativeiro treinada na América na década de 1960 para aprender a linguagem dos sinais.

Ela deu à luz um bebê que ficou doente e morreu em um hospital para animais. Quando seus treinadores voltaram, Washoe perguntou “Onde está bebê?”.

Eles responderam “Bebê acabou”. Washoe entrou imediatamente em depressão profunda e sentou encolhida em um canto se recusando a se comunicar.

Mesmo símios e macacos em liberdade dão sinais de tristeza quando um parente próximo morre.

Um mãe babuína jovem que perde o bebê recém-nascido quase sempre carrega o corpo por volta de uma semana, afastando cuidadosamente moscas e arrumando-lhe o pêlo.

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A morte de um animal que vive em grupo pode causar mudanças profundas na organização do mesmo.

Alguns indivíduos sobem uma etapa na hierarquia das responsabilidades ao preencher a lacuna deixada pelo animal morto, e outros perdem um valioso aliado.

A vida do babuíno

Habitando savanas, pastagens semidesertas, flolestas e montanhas, os babuínos são um dos grupos mais conhecidos dos chamados macacos do Velho Mundo.
É possível também encontrar algumas de suas cinco espécies em desertos e no litoral da África.
Podem chegar aos 40 anos.

Têm alimentação onívora. Ou seja, comem de tudo: frutas, gramíneas, raízes, sementes, ovos, insetos, pássaros, pequenos antílopes e até outros macacos.

Os babuínos formam grupos de 30 a 60 integrantes, que são muito agressivos: não hesitam em mostrar os dentes para atacar ou se defender. Em geral, um macho adulto domina uma sociedade de fêmeas.

São os macacos mais adaptados à vida terrestre, com grande facilidade para ficar em duas patas e vistoriar a paisagem. Dispõem de um olfato muito desenvolvido e, entre outras capacidades, conseguem diferenciar cores.

O período de gestação é de cerca de seis meses, normalmente com a geração de um único filhote.

Após o nascimento, as fêmeas cuidam de suas crias, fornecendo alimentos e protegendo do ataque de predadores.

O filhote costuma andar agarrado ao ventre da mãe. Essa postura é bastante apropriada porque permite à mãe se locomover enquanto amamenta o pequeno babuíno. À medida que cresce, esse macaco adquire relativa autonomia, mas sempre controlado a distância pela mãe.

Nesse período, os filhotes ainda são aceitos no grupo pelos machos adultos. Essa tolerância perdura enquanto mantiverem o chamado “pêlo de bebê”, que tem tonalidade mais escura do que a pelagem do adulto. Quando o filhote perde essa “protecão” do pêlo, as fêmeas retomam seu lugar na base da hierarquia do grupo, e os jovens babuínos devem buscar o próprio caminho – muitas vezes, têm de garantir seu espaço lutando com outros jovens machos.

Geladas

Theropithecus gelada, encontrado na Etiópia, distingue-se dos babuínos por ter a face em forma de um 8. Possui uma área nua no peito, cor de carne, que nas fêmeas é circundada por verrugas brancas.

De hábitos pouco conhecidos, sabe-se que os geladas vivem no alto das encostas rochosas da Etiópia, entre 2.000 e 4.000 m de altitude.

À noite, reúnem-se em bandos muito numerosos de 300 ou 400 indivíduos, escolhendo as pequenas plataformas na face da rocha para dormir. Provavelmente nunca subam em árvores.

Babuíno-sagrado

O gênero Papio reúne as cinco espécies e onze subespécies de babuínos.

Assemelham-se ao mandril no tamanho, sendo os machos muito maiores que as fêmeas na construção maciça e na postura quadrúpede.

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Têm hábitos onívoros, mas a carne faz parte de sua dieta normal. Comem lebres e pequenas gazelas, mas folhas, gramíneas, raízes e frutos são também muito apreciados por eles.

Quanto à organização social dos bandos, Papio hamadryas, o babuíno-sagrado, constitui haréns, onde os grupos são formados por um macho acompanhado de uma a quatro fêmeas mais os filhos.

A disciplina é mantida de maneira rígida, e o macho castiga as desobediências com uma dentada aplicada na base do pescoço.

À noite, vários grupos costumam reunir-se em encostas ou paredões de rocha, separando-se ao amanhecer.

O babuíno-sagrado, ou hamadríade, vive na região oriental da Etiópia, norte da Somália, sudoeste da Arábia, estendendo-se para a Ásia até o lêmen e o Adem.

Prefere as regiões montanhosas, cobertas de vegetação abundante, próximo à água. Às vezes são encontrados bandos nos bordos do deserto de Saara e nas costas áridas do mar.

Os machos adultos são facilmente reconhecíveis pelo porte e pelos longos pêlos que lhes cobre a parte anterior do corpo.

As fêmeas e os jovens possuem pelagem curta, de coloração mais escura.

No conjunto, seu colorido é cinza azulado. A face nua é cor de carne, ao contrário da dos demais babuínos, que é negra. As coxas são vermelhas.

Quando capturados ainda jovens, tornam-se dóceis e apegados ao dono, cordiais com as visitas e bons companheiros de outros macacos.

Entretanto, como acontece com os demais cinocéfalos, com o passar do tempo tornam-se irritadiços, desconfiados e perigosos.

O babuíno-sagrado desempenha um papel de destaque na mitologia do antigo Egito. Os macacos eram utilizados como animais domésticos na tarefa de colher frutos, especialmente figos, como se vê gravado no túmulo de Beni Has-sam.

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Os egípcios viviam obcecados pela ideia da vida após a morte, e os sepultamentos humanos eram cercados de preparativos para a viagem no além-túmulo que envolviam a figura do deus-macaco, o babuíno.

Hapi era representado geralmente por uma figura humana com cabeça de macaco: era uma das quatro divindades que protegiam o morto quando este comparecia ao julgamento de Osíris.

Durante o embalsamamento de um rei ou sacerdote, os intestinos eram removidos e distribuídos por quatro recipientes cujas tampas traziam esculpidas (em geral em alabastro) as cabeças das quatro divindades.

O intestino delgado ia para Hapi, e era colocado no que tinha a cabeça do babuíno-sagrado.

Os babuínos eram tratados da mesma maneira quando morriam. Como agentes do deus Thot, uma de suas atribuições era guardar as almas dos maus e, com a ajuda de chicotes, conduzi-las ao castigo.

Entretanto, não tomavam parte no ato do julgamento, como acontece com outro deus-babuíno, Gbekre, de uma tribo da Costa do Marfim.