Vespas e Marimbondos
As vespas pertencem à ordem dos insetos himenópteros.
Embora não sejam parentes, abelhas e vespas têm estilos de vida semelhantes.
Um grupo de vespídeos, por exemplo, armazena mel e pólen para servir de alimento às larvas, e várias espécies sul-americanas produzem mel em quantidades comerciais.
As vespas são responsáveis pela polinização de diversos tipos de plantas.
Existem vespas nas subordens Apocrita e Symphyta.
As larvas da subordem Apocrita geralmente são carnívoras ou parasitóides, e as larvas da subordem Symphyta são herbívoras.
As vespas da família Vespidae, Pompilidae ou Sphecidae também são conhecidas como marimbondos.
Características das vespas:
Têm 2 pares de asas, com algumas exceções.
Possuem também ovipositor ou ferrão – mas só as fêmeas têm ferrão.
A grande maioria quase não tem pelos (diferente das abelhas)
A maior parte é de predadores ou parasitas de outros insetos, e algumas espécies caçam aranhas.
Na foto ao lado, a vespa está “escondida” próxima as flores que tem o formato parecido com o seu corpo.
Substâncias que compõe o veneno das vespas:
Vespas: Fosfolipase A1, hialuronidase, fosfatase ácida, mastoparanos, cininas, peptídeos quimiotáticos, antígeno-5.
Proteção comestível
Certos insetos sofreram adaptações tão eficientes que não só põem ovos perto do alimento, como usam o mesmo material como proteção. Assim agem as vespas de galha.
As vespas de galha deixam a construção do abrigo por conta das plantas. Elas põem os ovos no alto de um broto ou dentro de um botão. Quando os ovos se abrem, as larvas começam a alimentar-se do material à sua volta, estimulando um crescimento anormal do tecido vegetal.
No devido tempo, as larvas são cercadas por uma massa de grandes células (uma galha). Na parte de dentro, a galha produz tecidos ricos em amido, açúcar e proteína, que servem de alimento para as larvas durante seu crescimento.
Intrusos que se alimentam dos companheiros
Como ocorre com insetos e Peixes, as espécies que recebem mais cuidados são as que têm filhotes mais vulneráveis a parasitas.
A maioria dos parasitas de insetos age de forma semelhante ao cuco — põe ovos nos ninhos de outros insetos.
A vespa europeia cauda de rubi (na foto ao lado), por exemplo, escolhe vespas solitárias para criarem seus filhotes. Enquanto a ocupante do ninho está fora buscando comida, ela entra e põe um único ovo.
Se a vespa escolhida colocar ovos também, a larva da invasora atrasa seus desenvolvimento até as larvas da hospedeira terem comido todos os alimentos armazenados, e então come seus irmãos adotivos.
Os sentidos de tato e olfato das vespas são muito aguçados e são usados para encontrar um hospedeiro. Com sua antena, a fêmea encontra os ovos adequados e dentro deles deposita um de seus próprios ovos com o “ovopositor”.
Quando fazem isso, deixam também uma camada de sua essência. Isso serve de aviso para outras vespas cálcidas de que aqueles ovos já estão ocupados e que elas devem procurar outros hospedeiros.
Algumas vespas cálcidas põem seus ovos dentro das larvas de outras espécies de vespas cálcidas. Elas inserem o “ovopositor” no corpo do hospedeiro, atingindo também a larva da vespa dentro dele.
As larvas da rissa, um tipo de vespa, são parasitas que se alimentam das larvas e pupas da vespas da madeira. As larvas da vespa da madeira comem madeira de árvores sólidas, e por isso vivem em túneis, 25mm abaixo da casca da árvore. Mas as vespas rissas conseguiram contornar essa dificuldade.
A fêmea rissa encontra a larva da vespa de madeira, procurando na casca das árvores e batendo nelas com suas antenas. Quando encontra uma larva, fica voando em torno da árvore, batendo em sua casca e ergue seu abdômen no ar, preparando-se para espetar o ovopositor na madeira.
Esse tubo é quase tão comprido quanto o resto de seu corpo, e fininho como um fio de crina de cavalo. Quando não está sendo usado, fica dentro de duas capas grossas que são retiradas e o ovopositor perfura a casca das árvores em busca da larva da vespa de madeira.
Nem sempre a vespa acerta exatamente a larva mas, quando a ponta do ovopositor toca numa delas, um ovo desce pelo tubo ao lado ou sobre o hospedeiro.
Quando o ovo se abre, a larva da vespa rissa come a larva da vespa de madeira e inicia a metamorfose, tecendo em torno de si um casulo.
Comida fresca para a larva da vespa
A vespa-jóia adulta (indiana) se alimenta de néctar. Mas quando jovem ela se alimenta de baratas.
Quando está pronta para botar os ovos, a vespa-jóia faz um ninho para cada ovo, colocando em cada um uma barata para alimentar a larva.
Mas, como uma barata morta logo apodreceria, a vespa fêmea mantem a barata viva. Ao pegar a barata, ela paralisa-a com seu ferrão e arranca suas antenas. Depois leva a barata até o ninho e põe um ovo sobre seu corpo.
Então, a vespa fecha o ninho com várias pedrinhas, chacoalhando-as para ficarem encaixadas e firmes no lugar.
A barata paralisada não pode reagir quando a larva sai do ovo e começa a devorá-la viva.
Ela permanece viva, pois o veneno paralisa os músculos de suas asas e pernas, mas não tem efeito sobre o coração.
Quando a barata morre, a larva atravessa o estado de pupa e tornar-se adulta.
Duas semanas depois ela se transforma numa vespa-jóia.
Na foto ao lado, uma vespa caçadora de aranhas.
Vespas do papel
Da mesma forma que as abelhas, as vespas sociais constroem ninhos com alvéolos para as larvas, mas o material utilizado é barro ou papel, e não cera.
A rainha fundadora de uma colônia de vespas de papel começa fazendo uma estrutura de pasta, na qual molda um único alvéolo.
Assim como as mamangabas, têm de esperar que os primeiros grupos de larvas se desenvolvam para darem início à construção.
Cada célula será usada até três vezes enquanto a colônia estiver crescendo durante o verão.
Ás vespas do papel mastigam a madeira até esta virar uma pasta, que por sua vez endurece como um pergaminho, proporcionando uma estrutura muito mais leve que a cera das abelhas.
Algumas vespas arrumam os alvéolos irregularmente; outras verticalmente, com aberturas voltadas para baixo.
As larvas são introduzidas em seus berços de papel e alimentadas de pedacinhos de insetos.
Os ninhos têm vários andares, e cada andar é preso ao outro por grossos cordames de papel.
A maioria dos ninhos fica pendurada em galhos, embora alguns sejam construídos em tocas.
Em vespas de papel tropicais, são fixados diversos favos, um abaixo do outro, e todos os favos combinados são envolvidos em várias camadas de papel, com uma abertura para a passagem das vespas adultas.
Estes ninhos de múltiplas camadas, são fixados em galhos de árvores ou outras projecões como rochas ou até mesmo sob o solo com um túnel levando à superfície.
Na maior parte da temporada de crescimento do ninho, a colônia possui uma rainha e numerosas fêmeas operárias.
A rainha passa a maior parte do tempo no ninho, colocando ovos.
As operárias (que não possuem ovários funcionais) coletam fibras de madeira, expandem o ninho, realizam o forrageamento de néctar, carne e água e defendem o ninho contra com um ferrão venenoso.
Há uma tendência à especialização em algumas tarefas entre as operárias, mas são capazes de executar qualquer tarefa.
As larvas contribuem para a colônia fornecendo nutrientes aos adultos por trofalaxia (comida passada de boca a boca, como acontece com as formigas).
Novas colônias são fundadas por fêmeas inseminadas destinadas a ser rainhas. Em lugares frios, estas vespas fundadoras passam o inverno em locais abrigados. Na primavera, elas mesmas dão início aos novos ninhos (os ninhos antigos raramente são usados).
Em algumas espécies, as rainhas realizam todas as tarefas de forrageamento, construção, postura de ovos, alimentação e defesa até que as primeiras operárias tornem-se adultas.
Flor de mentira
Algumas vespas ceramistas constróem seus ninhos de barro, arredondados e pendurados em folhas. Pode passar por um broto ou uma flor. Essa camflagem ajuda a proteger de predadores.
Ninhos de barro
Moldando o barro do deserto de Israel com as patas, antenas e palpos, uma vespa ceramistas monta cuidadosamente a borda de seu ninho.
Sua borda é curvada para fora como a do ninho de uma vespa oleira da Costa Rica.
Estilos de casa
Os ninhos de vespas ceramistas são encontrados por todo o mundo, desde o ninho solitário e decorado da vespa da Malásia, ao que lembra contas de um colar feito por uma espécie norte-americana.
Modelando antes que o barro seque, a fêmea da vespa oleira constrói seu ninho como os primeiros artesãos faziam vasos – com tiras de barro formando círculos, colocadas umas sobre as outras.
Quando encontra um pouco de terra úmida, a vespa apanha um monte de lama e testa a umidade enquanto trabalha. Se a lama estiver molhada demais, ela a deixa secando, se estiver seca demais, umedece.
Então amassa a lama até fazer uma bolinha que leva para onde escolheu fazer seu ninho e amassa a bolinha até ficar em forma de um círculo.
Depois a vespa volta à terra molhada e começa tudo novamente. Com esses círculos de barro, ela constrói um balão, onde coloca lagartas imobilizadas por sua picada.
Em cima de cada uma delas põe um ovo e fecha a abertura com barro para proteger os filhotes.
Ao lado a pupa da vespa-parasita.
Litomastix truncatella
Algumas vespas possuem um sistema raro de reprodução conhecido como litomastix truncatella. A vespa põe um único ovo sob a pele da lagarta da mariposa-Y-prateada, e desse ovo nascem de 30 a 80 filhotes idênticos, subdivididos a partir dele mesmo (poliembrionia).
As larvas da vespa emergem e comem os tecidos da lagarta, tornando-se uma pupa dentro da pele da lagarta.
As fêmeas reprodutoras que vivem em sociedade acasalam durante o verão ou outono e depois armazenam os espermatozóides dentro do corpo (como fazem as abelhas).
Cada rainha controla seu estoque de espermatozóides e decide se irá ou não usá-lo para fecundar os ovos que passam pelo seu sistema reprodutor. Quando não libera o espermatozóide, o ovo não fecundado dá origem a um macho.
Na verdade, o inseto conhecido como formiga de veludo ou formiga feiticeira (da foto ao lado), é uma vespa.
A fêmea não tem asas, faz seu ninho em um buraco no chão e sua picada é muito dolorosa.
Tem cara de formiga, mas não é 🙂
Vespa de ninho-de-lama ou vespas de areia
Depois de cavar o ninho, a vespa-de-areia disfarça a entrada com pedras chatas encontradas durante a escavação. Se as pedras forem retiradas ou mechidas de lugar, ela irá reconstruir o ninho inteiro.
O ninho é construído inteiramente por instinto.
É fundamental que a vespa de ninho-de-lama tenha tal habilidade inata porque não terá oportunidade de aprender com outras vespas. Terminado o seu ninho, a fêmea põe o ovo, caça comida (uma larva de inseto, por exemplo) e a coloca perto do ovo. Depois, sela o ninho e voa, e a larva se desenvolve-se sozinha.
Em busca de comida para a sua larva, a vespa-de-areia fêmea encontra e paralisa uma lagarta, e arrasta-a para seu esconderijo, que fica algumas vezes a 75m de distância.
Aprender o desenho do terreno é essencial para as criaturas como vespas, que necessitam encontrar seus esconderijos quando retornam de suas incursões alimentares.
A vespa cavadeira, antes de sair, voa 2 ou 3 vezes em círculos para memorizar o padrão das pequenas pedras e gravetos em volta do ninho.
Reprodução assexuada
As vespas da falha do carvalho se reproduzem de dois modos, sexuado e assexuado.
Depois de passarem dois invernos enclausuradas em falhas dos carvalho, as fêmeas vêm à superfície e sobem nas árvores para pôr os ovos nos brotos.
Elas não acasalaram – reproduziram-se assexuadamente. Os carvalhos reagem, produzindo outra falha que irá envolver os ovos. No meio do verão, seus ocupantes já estão maduros, providos de asas, e saem voando em busca de parceiros para acasalar.
As fêmeas inseminadas enfiam-se no solo para pôr ovos nas raízes dos carvalhos. Aí também são formadas outras falhas, das quais saem, dois anos depois, uma fêmea sem asas que irá subir na árvore e reiniciar o ciclo.
1)2)3)4)5)Metamorfose de uma vespa: l) o ovo foi depositado. 2) nasce a larva. 3) a larva se transforma em pupa. 4)da pupa sai a respa. 5) o inseto já com sua formação definitiva.