Gafanhotos
Inseto parente do grilo, que se alimenta de todo tipo de plantas, principalmente folha de milho, citros, folha do algodão, arroz, soja, pastagens (grama), alfafa e eucalipto.
Pertencem à Ordem Orthoptera, assim como os grilos.
Andam em nuvens, causando estragos as lavouras em várias partes do mundo.
Sensores de vôo
O gafanhoto salta no ar e usa as asas para deslizar e monitora o voo com receptores localizados na carapaça que reveste seu corpo.
Esses receptores captam as distorções no invólucro do corpo quando o gafanhoto voa.
Há no mínimo 148 pares de receptores em cada lado do corpo do gafanhoto.
Detectando o esforço e o movimento, eles garantem a distribuição homogênea da atividade muscular e mantêm o inseto voando de forma nivelada.
Os gafanhotos de árvore são sugadores de seiva.
Os que vivem nas florestas tropicais peruanas têm um gosto desagradável, e suas manchas coloridas afugentam os predadores.
Este inseto tem uma pinta vermelha brilhante nas costas mas, à medida que amadurece, fica preto com uma listra amarela.
Só as ninfas não têm manchas.
Cores servem de aviso
É tão eficaz o líquido tóxico e de mau cheiro que esse gafanhoto sul-africano solta, que ele até perdeu a capacidade de voar e nem ao menos pula para evitar os predadores, como lagartos ou pássaros.
Sua coloração vermelha e preta basta para que eles sejam evitados.
Nuvem de gafanhotos
Gafanhotos comem de tudo em seu caminho.
Quando um enxame de gafanhotos está passando, pode encher os céus com uma nuvem tão grossa que chega a esconder o sol.
Ajudados pelos ventos, eles voam de um terreno verdejante para o seguinte, devorando até a última folha de vegetação (natural ou de colheitas).
Um único enxame pode ter bilhões de gafanhotos.
Eles alimentam-se ao amanhecer e ao entardecer, chegando a comer 3 mil toneladas de vegetação em um dia.
Os gafanhotos normalmente não vivem em grupos tão grandes. Solitários durante as estacões secas, sua coloração é pardacenta e eles são bem camuflados contra predadores.
Comem muito pouco e suas reservas de gordura lhes permitem sobreviver às secas.
Mas, quando as chuvas chegam, eles acasalam e põem ovos. Se a comida for abundante, a taxa de reprodução é alta e começam a ocorrer mudanças impressionantes.
Ao invés de se evitarem, os gafanhotos passam a reunir-se e, em lugar da coloração discreta de seus pais, a nova geração (nesse estágio ainda sem asas) tem listras cor-de-laranja, marrons e amarelas.
Gerações em trânsito
Bandos de gafanhotos de cores vivas começam a fundir-se e, em breve, enormes exércitos em fase de crescimento marcham através dos campos comendo toda a vegetação do caminho (poderia se dizer que são gafanhotos aborrescentes…rs).
Quando amadurecem, eles criam asas e o enorme enxame decola, empoleirando-se nas árvores durante a parte mais quente do dia.
Finalmente, o enxame se estabelece para acasalar e pôr ovos e, caso o tempo permaneça bom, outra geração toma seu lugar e segue desnudando os campos. Mas, se a seca voltar, aparecem cada vez menos filhotes e os gafanhotos gradualmente retornam ao seu solitário e discreto modo de vida.
Mimetismo
Algumas espécies de gafanhotos de árvore enganam até mesmo os pássaros de visão aguçada.
Podem formar fileiras sobre os galhos como se fossem verdadeiros espinhos, numa dupla tapeação – fingindo que não são comíveis e que não podem ser pisados.
Ceia nupcial
Em muitos casos, o macho tem muito mais chance de acasalar se oferecer um presente à fêmea, de preferência alguma coisa de comer, quando lhe faz a corte,
Na época de acasalar, os machos dos gafanhotos tropicais verdes de chifre longo, dão às suas parceiras pacotes de alimentos ricos em proteínas, ligados ao seu saco de esperma.
Parte do saco fica para fora do trato genital da fêmea, contraindo-se para levar o esperma para dentro dela.
Se não houver comida, a fêmea devora o saco de esperma, como ocorre em muitas outras espécies de insetos.
Mas havendo comida, quando ela acabar de comer, o esperma já terá sido injetado com segurança.
Quase todos os machos transferem muito mais esperma do que o necessário. Quanto mais esperma for transferido mais chances ele terá de fecundar os ovos se a fêmea vier a acasalar com outros machos.
O gafanhoto macho cricrila friccionando as minúsculos grampos das pernas traseiras contra uma veia espessa e enrijecida da asa dianteira. Cada espécie de gafanhoto tem seu canto próprio, determinado pela distribuição dos grampos e o ritmo em que são friccionados. O número de grampos também varia de 80 a 450 por perna. O cri-cri do gafanhoto (e também do grilo) chama-se estridulação.
O gafanhoto ao lado foi fotografado na FIOCRUZ, em Manguinhos, Rio de Janeiro.
É possível ver lá, além de muitas curiosidades científicas, besouros e barbeiros.
Metamorfose do gafanhoto
Ao sair do ovo, a larva já é muito parecida com a forma que terá quando adulta, só que sem asas.
A cor também vai mudar quando crescer, seu tamanho aumentará e o aparelho reprodutor não está todo desenvolvido.
Como está “quase pronta”, sua metamorfose não precisará ser completa.
Gafanhotos, libélulas e cigarras são típicos insetos hemimetábolos.
Ao sair do ovo, a larva do gafanhoto chega à superfície do solo, onde procura alimento e abrigo, recebendo nessa fase o nome de “saltão”. Durante cinquenta dias sofre mudas de pele. Quando a última muda está para se realizar, o gafanhoto pendura-se num galho pelas pernas traseiras e permanece assim, de cabeça para baixo, durante algum tempo.
Então rompe-se o tegumento na região dorsal anterior de seu corpo e surge um gafanhoto adulto, com asas.
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