Ditisco – besouro mergulhador
O ditisco vive nos lagos de algas e nas lagoas rasas e paradas.
Ele renova seu suprimento de ar levantando sua traseira um pouco acima da superfície e abrindo ligeiramente suas asas, para puxar o ar para dentro de dois poros de respiração. O ar fica preso sob as asas, formando uma bolha ao redor dos finos pêlos da parte traseira do seu abdômen. Esses suprimentos de ar são suficientes para cerca de uma hora de caçada subaquática.
Os besouros são predadores ferozes, com grandes mandíbulas que podem estraçalhar um girino com uma mordida.
Na água, ele movimenta as pernas como se fossem remos e embora possa dobrá-las, o ditisco as deixa duras ao nadar.
Se suas antenas captam a presença de um cardume de peixinhos, o besouro acelera os movimentos, mergulha e alcança as presas.
A luta é rápida. Ao morder o ditisco injeta um veneno paralisante e mortal para bichos pequenos.
Em seguida outros líquidos vão sendo injetados, enzimas que decompõem os tecidos da presa.
Depois que essas enzimas transformam a carne em uma papa semidigerida, o ditisco começa a sugá-la (como se tomasse de canudinho).
Embora vivam preferencialmente na água, os ditiscos podem sobreviver longos períodos fora da água.
Até pequenas rãzinhas podem ser atacadas e mortas pelos ditiscídeos. Sucessivas picadas inoculam tanto veneno na rã que ela acaba paralisada e indefesa.
Como a maioria dos besouros, os ditiscos não voam muito bem. Mesmo assim voar é mais eficiente do que o andar. Quando avista uma presa, lá de cima, o ditisco mergulha para persegui-la.
Os ditiscídeos são dos mais ferozes insetos aquáticos do mundo todo. As limitações da visão são compensadas pelo olfato, que orienta o ditisco na procura de vermes, larvas, caramujos, anfíbios e peixinhos ou carniça, se faltar presa viva.
Duas vezes por ano, na primavera e no outono, o ditissco desova em plantas.
Para fazer a metamorfose, as larvas cavam uma toca no terreno, onde passam o inverno inteiro, como se hibernassem.
Algumas espécies de ditiscos põem seus ovos na massa gelatinosa de ovos de anfíbios e as larvas devoram ovos ou girinos, desde que nascem.
As larvas de ditiscídeo comem até as semelhantes.
Há espécies cegas e brancas, que só habitam águas subterrâneas, onde nunca chega luz.
Tanto os adultos quanto as larvas respiram através de um sifão que mantêm fora da água. Mas em certo estágio as larvas respiram submersas, pela pele.