BIO Curiosidades

Os anfíbios são seres vivos que durante seu ciclo de vida passam por duas fases: uma aquática e outra terrestre.

Os anfíbios dividem-se em três grupos:  Anura (saposrãs e pererecas), Caudata (salamandras) e Apoda (cecílias).

No início de seu ciclo de vida, eles vivem exclusivamente dentro da água e, nesta fase, possuem a forma de alevino (filhote de peixe), realizando somente a respiração branqueal.

As larvas possuem cauda e linha lateral como os peixes.

Após a metamorfose, eles deixam de depender exclusivamente do ambiente aquático para sobreviver e passam a viver também na terra, des de que o ambiente seja úmido.

Podem ser aquáticos ou terrestres. As formas aquáticas respiram através de brânquias, através da pele ou através de pulmões. As terrestres respiram geralmente tanto através dos pulmões quanto pela pele.

Apesar de possuírem pulmões, seus alvéolos não dão conta de suprir toda a troca de gases necessária para sua sobrevivência. Por isso, eles absorvem oxigênio pela pele, e isto funciona bem melhor quando eles mantêm a pele umedecida, por isso, eles precisam tanto viver em ambientes úmidos.

Alimentam-se de minhocas, insetosaranhas, e de outros vertebrados como anfíbios e pequenos mamíferos.

Locomoção dos anfíbios

A grande maioria dos anuros são saltadores, as salamandras caminham e as cobras-cegas arrastam-se.

Na água são nadadores. Quando larvas usam a cauda e quando adultos utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais.

As pererecas apresentam discos adesivos nos dedos, as vezes chamados de ventosas.

Reprodução dos anfíbios

Os anfíbios apresentam 29 modos reprodutivos diferentes, conforme a espécie.

O modo mais comum é a reprodução sexuada externa.

A fêmea libera óvulos (ainda não fecundados) em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gametas sobre eles para que ocorra a fecundação.

Os ovos formados ficarão em ambiente aquático, preferêncialmente águas paradas, até o nascimento do girino.
Na grande maioria das vezes a fecundação acontece em água doce.

Pelo fato de estarem protegidos pela água, os ovos dos anfíbios não necessitam de anexos embrionários adaptativos como, por exemplo, a bolsa amniótica.

Em geral, não existe cuidado com a prole entre os anfíbios.

Mas existem muitos outros tipos de reprodução entre os anfíbios, como girinos que possuem saco vitelínico, ovos colocados sobre a vegetação a vários metros do chão, ovos colados ao dorso de fêmeas, ovos carregados no dorso de machos até o nascimento dos girinos, girinos se desenvolvendo no interior do estômago das fêmeas, desenvolvimento direto, ovoviviparidade e viviparidade, entre outros.

Origem evolutiva dos anfíbios

Estudos feitos em fósseis sugerem que os anfíbios teriam evoluído dos peixes pulmonados e que os répteis teriam evoluído dos anfíbios.

Foram os primeiros vertebrados a conseguir viver em terra, embora ainda dependam dela mesmo quando adultos, precisando viver em locais úmidos.
Os anfíbios apareceram no período Devoniano e no período Carbônico foram o grupo dominante.

Qual a diferença entre saposrãs e pererecas?

De modo mais símples possível:
Sapos são enrugados.
Rãs são lisas.
Pererecas têm bolinhas nas pontas dos dedos.

Circulação

A circulação nos anfíbios é fechada (o sangue sempre permanece em vasos), dupla (há o circuito corpóreo e o circuito pulmonar) e incompleta (já que há mistura do sangue venoso e artérial no coração).

O coração do anfíbio apresenta apenas três cavidades: dois átrios (onde chega o sangue ao coração) e um ventrículo (onde o sangue sai do coração).

Por causa dessa circulação incompleta, não conseguem manter a temperatura de seus corpos por si só, então a temperatura do corpo dos anfíbios depende sempre do ambiente (por isso não se vê sapo na neve).

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A pele

Anfíbios possuem pele fina e úmida, sem pêlos nem escamas.
São animais que não conseguem manter a temperatura de seu corpo constante e por isso são chamados animais de sangue frio (pecilotérmicos).
A pele fina dos anfíbios, é cheia de pequenos vasos sanguíneos e glândulas que facilitam a respiração pela pele.

Quando estão com sede, os anfíbios encostam a barriga na água e a absorvem pela pele.

As glândulas da pele dos anfíbios são de dois tipos: mucosas (produzem muco) e serosas(produzem veneno).
Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas, mas existem espécies mais e menos tóxicas.

Veneno

Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que alguns deles estão inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem uma glândula parotóide que produz veneno. Entretanto, este veneno é eliminado apenas quando a glândula é apertada. O manuseamento de anfíbios é normalmente seguro, desde que o veneno não entre na circulação sanguínea. Deve-se por isso lavar as mãos depois do contato com os animais.

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Saiba mais sobre os anfíbios venenosos

Aparelho respiratório

O aparelho respiratórioé a principal característica dos anfíbios.
Os anfíbios têm 3 tipos de respiração.
Quando ainda são larvas vivendo na água, respiram por meio de três ou quatro pares de brânquias, parecidas com as dos peixes.
Conforme crescem, as brânquias se atrofiam e desaparecem, enquanto se formam os pulmões, que são muito simples.

Em algumas salamandras que não têm nem pulmão nem brânquias, as trocas de ar se realizam através da mucosa da boca, da faringe e da pele. Em geral eles respiram deglutindo ar.

Digestão

A língua pode desenrolar-se para fora, é grudenta, e é uma das características dos anfíbios anuros.

Eles não mastigam, só esmagam com as mandíbulas e engolem.
Nos anuros, a língua pode ser presa na parte da frente da boca (em vez de atrás, como a nossa), e por isso pode desenrolar-se para caçar insetos.

Os anfíbios não tem diafragma que separe a cavidade intestinal da toráxica (os mamíferos é que têm).

Como acontece nas aves e nos répteis, o tubo digestivo termina em uma cloaca.
No fígado há reserva de glicogênio e em várias partes do corpo acumula-se gordura.

O sistema Excretor

O seu sistema excretor apresenta rins ligados por ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada à cloaca.
Quando ainda são larvas excretam quase que só amônia, mas quando adultos excretam uréia.

Pererecas

Encéfalo dos Anfíbios

O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal órgão o encéfalo.

Em geral, os anfíbios só ganham em inteligência dos peixes. Mas são capazes de reconhecer lugares e pessoas.
A grande maioria dos movimentos realizados pelos anfíbios são instintivos.

Audição e olfato

As narinas de um anfíbio possuem comunicação direta com a boca.
O seu sistema olfativo apresenta narinas e os órgãos de Jacobson.

Os anfíbios ouvem bem por causa da caixa de ressonância que possuem.
Os tímpanos se encontram à flor da pele e não no fundo do conduto auditivo.
As tubas auditivas desembocam no céu da boca, assim como as narinas.

Metamorfose

É a transformação da larva de anfíbio em adulto.

Desde a fecundação do óvulo, o embrião muda até se transformar num girino.

O girino não tem boca, possui brânquias externas e não é capaz de nadar.
Mas quando nasce, a circulação de seu corpo se desenvolve e sua membrana caudal fica transparente e ele é capaz de nadar.
Mais tarde apresenta uma membrana chamada opérculo que cobre as brânquias. A circulação da água para respiração ocorre principalmente através da boca.
Depois as pernas traseiras vão crescendo e também os membros anteriores, só que os membros anteriores (braços) iniciam seu desenvolvimento no interior da câmara branquial. Quando os membros posteriores estiverem completamente formados, os anteriores saem prontos, rompendo a parede lateral do anfíbio.
A boca e os pulmões estão em fase final de formação. Quando os pulmðes encontram-se formados, o girino passa a respirar ar e portanto fica mais tempo na margem.

A cauda do anfíbio começa a encolher (não cai). E quando sua cauda está bem curta o anfíbio é então uma miniatura do adulto.

Anfíbios no Brasil

Existem cerca de 600 espécies de anfíbios brasileiros, a maior parte delas endêmicas (só existem no Brasil).

Existem anfíbios em todo Brasil, principalmente na Mata Atlântica, que tem uma biodiversidade ainda maior do que a da Floresta Amazônica.

A mata atlântica apresenta grande variedade de anuros, além de mamíferos e muitas aves. É uma das áreas mais sujeitas à precipitação no Brasil, por isso é que os anfíbios se desenvolvem tão bem nessas matas.

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