BIO Curiosidades

Chipanzé

Lista do conteúdo

Existe apenas uma espécie de chipanzé, Pan Troglodytes.

É menor do que o gorila e seu tronco, é proporcionalmente, mais grosso e curto. Os adultos podem atingir (de pé) 1,30 as fêmeas e 1,60 os machos.
O esqueleto é menos maciço que o do gorila. Pode-se dizer que o esqueleto do chipanzé é semelhante ao do homem, exceto pela formação característica do quadril. Em comum com o homem ele têm as reações serológicas (ou sanguíneas) análogas, a possibilidade de enxerto testicular e a semelhança das circunvoluções do cérebro.

chinpanze

Eles têm até mesmo um esboço da circunvolução de Broca, que é a sede da palavra no homem. Conseguem emitir cerca de 30 sons distintos.

A fisionomia do chipanzé é menos rude que a do gorila, os grandes olhos de íris castanho-clara, são límpidos e expressivos.

O nariz achatado, com uma depressão longitudinal, possui um septo delgado e narinas pouco desenvolvidas.

Os lábios têm grande mobilidade. A orelha é maior que a do gorila.

Os machos adultos possuem espáduas largas, tronco maciço.
O tórax, bastante musculoso, é pouco abaulado.
Os braços, muito longos, descem abaixo dos joelhos e são menos musculosos que os do gorila.

Os dedos, grossos, fortes e rugosos, são muito longos.

O polegar é curto e fino, O dedo médio é o maior dos dedos.

Eles têm a canela fina e a batata da perna pouco aparente, têm o pé achatado, com o grande artelho longo e grosso, nitidamente destacado dos demais.

O pé do chipanzé mais parece uma mão do que um pé.

A planta do pé, achatada e rugosa, é comprida.

O calcanhar é pouco desenvolvido e as unhas, geralmente pretas, são arredondadas e convexas.

O chimpanzé tem o corpo coberto por uma pelagem macia e geralmente preta, e alguns tem reflexos ruivos.

Caminha sobre as quatro patas.

O chimpanzé não fica durante muito tempo em posição vertical (como nos circos), preferindo sempre a apoiar-se sobre as mãos.

Em liberdade, o chimpanzé não se senta a não ser para descansar.

desajeitado quando caminha, mostra boa coordenação nos outros movimentos.

Caminha quase sempre apoiado nos quatros membros, ficando em posição oblíqua, como os outros antropóides.

Quando carrega alguma coisa, ainda anda apoiando uma das mãos no chão, movimenta-se com rapidez.

Só raramente caminha em posição bípede, em pé.

É no alto das, árvores que mostra a sua agilidade. É um ótimo acrobata. Pendurando-se nos ramos pelas mãos, se move balançando-se entre os ramos e galhos das árvores.

Também salta, mas só quando tem certeza de alcançar o galho que ele quer.

Resolvendo conflitos

chinpanze

Tanto nas sociedades de símios como na de macacos, as alianças são importantes.

Quando dois animais formam uma aliança, irão ajudar um ao outro quando qualquer um deles for atacado por outro membro do grupo.

Entretanto, algumas vezes, os contras pensam muito frente a uma par de aliados e o parceiro que não está sendo ameaçado pode decidir ter cautela em vez de agir.

Tem sido observado que o macaco rezo fêmea, por exemplo, pode recusar apoio a um aliado quando é atacado por um membro de uma família mais poderosa.

E um macaco do Vietnã parece entender que seu envolvimento traria ainda mais confusão para o conflito já existente.

Mas, negar apoio a um amigo em um momento de necessidade sempre enfraquece o relacionamento.

Um macaco que perdeu a confiança em seu aliado irá mais tarde tentar fazer as pazes, como na foto ao lado.

Os chimpanzés geralmente fazem as pazes com um beijo.

Os chimpanzés chegam a formar sociedades de até cem animais.

Apesar de ser comum a presença de machos dominantes, existe uma espécie de divisão de tarefas entre os machos para garantir a sobrevivência do grupo.

Macacos muito bem treinados

Antes do primeiro ser humano alcançar o espaço, diversos animais foram enviados como cobaias, entre eles, dois chimpanzés que participaram da missão espacial norte-americana e se tornaram celebridades na época. Em 31 de janeiro de 1961, Ham de 3 anos, fez um bem sucedido vôo suborbital. Em 29 de novembro do mesmo ano, Enos, de 5 anos, conduziu a missão mais importante: duas voltas ao redor da Terra. Após ter sido treinado por dez meses, ele pilotou a nave, apertando os botões na hora certa, conforme o que havia aprendido. Voltou são e salvo, apesar de ter tomado muitos choques devido a uma falha dos instrumentos.

Auto-conhecimento

Cientistas colocaram uma mancha de tinta na testa de um chimpanzé adormecido. Mais tarde, depois de ter acordado, o chimpanzé em cativeiro passa por um espelho em uma parede do seu cômodo. O chimpanzé para, olha bem para o espelho, depois ergue a mão e toca a marca de tinta na sua testa.

chinpanze

O teste do espelho tem sido usado para descobrir se outros animais além dos seres humanos têm consciência deles mesmos enquanto indivíduos.

Se o animal é capaz de notar a diferença entre ele mesmo e as outras criaturas a sua volta. Um animal é considerado auto-consciente se consegue se reconhecer no espelho.

Chimpanzés em geral passam no teste de auto-conhecimento, mas orangotangos e gorilas só as vezes.

Mas a maioria dos macacos até agora não foram bem no teste do espelho. Eles quase sempre ameaçam a imagem, acreditando se tratar de um estranho. Algumas vezes chegam a tentar ir atrás do espelho para alcançar o “macaco” do outro lado, como fazem alguns cachorros.

Quando o mesmo teste foi feito em elefantes, usando espelhos do tamanho de uma parede, os animais atravessaram o vidro. Aparentemente eles acharam que desse passagem para um outro lugar e não reconheceram se tratar de um objeto sólido.

Contudo, o que não está claro nesse teste é se os macacos e elefantes, ao serem reprovados, mostraram que não possuem auto-conhecimento ou que simplesmente não reconheceram a função de um espelho.

Ou será que simplesmente não acharam graça no brinquedo novo….?

Uma das características da subespécie a que pertence este chipanzé ao lado é a cara negra.
Como os gorilas, os chipanzés são exclusivamente africanos.

Cativeiro

Os chipanzés mantidos em cativeiro mostram-se, geralmente, mansos, afetuosos e espertos. Quando maltratados ou doentes tornam-se, como todo doente, irritadiços e de difícil trato. Tratados como se fossem seres humanos, respondem com afabilidade, demonstrando grande capacidade de aprendizagem.

Compreende o que lhe dizemos e sabe fazer-se compreender, embora não disponha do uso da palavra. Poucas sílabas e uma pequena série de sons são o bastante para que possa manifestar, com clareza, seus desejos e suas necessidades. Como se sentisse a superioridade intelectual do homem, ele se submete. Mas, com os outros animais, age como se tivesse plena consciência de sua própria superioridade, sobretudo tratando-se de outros macacos. Sabe distinguir crianças de adultos.

Gosta de aprender, é capaz de interpretação lógica e de tirar conclusões ou ensinamentos de cada experiência nova. É prudente e esperto. Seu humor é volúvel: hoje alegre e contente, amanhã, triste e irascível. Certas companhias o divertem, outras o aborrecem. Gosta de brincar.

A expressão de alegria, nos chimpanzés, não é o sorriso, mas dá pra notar que ele está contente. Manifesta a dor por mímica e por gritos lamentosos ou gemidos.

Apega-se aos que o tratam bem e pode mostrar-se descontente com os outros. Quando triste, assume um ar de desespero, rola pelo chão, bate em si mesmo com as mãos e com os pés e arranca os pêlos.

Logicamente os outros macacos possuem essas faculdades, mas os chimpanzés exprimem-nas de maneira evidente.

Atualmente o chimpanzé é encontrado nas florestas equatoriais da África

centro-ocidental e, como vários outros animais, está ameaçado de extinção.

Na África, a área de ocorrência dos chimpanzés coincide, em parte, com a dos gorilas, ultrapassando-a a noroeste. Inclui regiões de floresta e de savana, onde vivem as distintas raças.

Geralmente anda em pequenos grupos.

O uso de ferramentas

Um chimpanzé escolhe um galinho fino e flexível, retira as folhas e depois, com grande delicadeza, enfia na estreita entrada de um ninho de cupim. Cuidadosamente o chimpanzé retira o galinho, agora todo coberto com uma massa móvel de cupins soldados com suas poderosas mandíbulas agarradas ao “intruso”. Habilmente o chimpanzé passa o galinho pelos lábios para remover os cupins e mastiga satisfeito.

Há mais de 30 anos Jane Goodall, zoóloga, ficou impressionada ao descobrir chimpanzés selvagens usando galinhos para pegar cupins. Por muitos anos, a espécie humana vinha se identificando como “homem, o criador de ferramentas”.

A habilidade em usar e fabricar ferramentas por muito tempo foi considerada uma das características que separavam os homens de outras espécies animais. Mas desde que fane Goodall fez sua importante descoberta, o ser humano , não pode mais pretender ser o único animal a usar ferramentas.

Desde então, vários outros exemplos apareceram. Chimpanzés selvagens foram observados usando galinhos como palitos de dente e folhas para limpar o pus de um ferimento. Eles também mascam o caduceu das tolhas para usá-las como esponjas que mergulham em buracos cheios de água, chupando o líquido. Para evitar mordidas de formigas africanas, os chimpanzés as pegam com grama.

Improvisando ferramentas

Como o riacho é muito raso para um gole de verdade, o chimpanzé com sede levanta as folhas molhadas uma por uma e lambe o líquido. Chimpanzés normalmente bebem água lambendo, às vezes, usam uma mão cheia de folhas mascadas como esponja. Apertando bem a esponja, um chimpanzé consegue um refrescante gole.

Pesquisadores observaram até mesmo chimpanzés usando varas e troncos como armas contra um leopardo empalhado colocado em seu caminho.

chinpanze

Além disso, as ferramentas dos chimpanzés são cuidadosamente selecionadas e preparadas. Por exemplo, um chimpanzé amacia o ganho que vai usar para caçar cupins de modo que não quebre ao retirá-lo do buraco e desaloje os cupins soldados agarrados nele.

Um chimpanzé chega a preparar uma ferramenta de caça antes de sair para o ninho de cupim mais próximo levando-a com ele. Isso mostra um intelecto não só capaz de compreender um problema e solucioná-lo, mas também capaz de prever a provável ocorrência do problema.

Também foi registrado o uso de pedaços de pau como armas, usados para se defender de seus predadores.

Os chimpanzés são capazes de transmitir costumes e habilidades para os descendentes pelo exemplo.

Ensinado os filhotes a quebrar nozes

Chimpanzés podem usar galhos ou pedras para quebrar as cascas duras de diferentes coquinhos. O chimpanzé coloca a noz em uma pedra ou raiz de árvore cuidadosamente escolhida, que serve como bigorna, e esmaga o exterior com a ferramenta selecionada. Para quebrar a noz sem destruir o interior, o animal deve martelar com a intensidade necessária. Um chimpanzé experiente logo aprende que muita força destroça a noz, tornando-a impossível de comer. Posicionar a noz no local certo requer habilidade e considerável prática.

Filhotes observam suas mães, e aprendem. Quando crescem, as mães permitem que quebrem nozes sozinhos, oferecendo o tipo certo de martelo e posicionando as patas para demostrar exatamente como quebrar a noz com êxito. Este é um dos claros exemplos de ensino genuíno em um mundo não humano.

Quando decidem catar nozes, os chimpanzés escolhem martelos de pedra para abrir nozes que encontram, quase sempre usando as pedras mais perto da árvore de onde retiram comida. Martelos de pedra têm que ser pesados o suficiente para quebrar a noz, mas não pesados demais para esmagar tudo.

Em vários casos, os chimpanzés fazem suas ferramentas prevendo a necessidade.

Eles sabem que somente certas pedras dão bons martelos e sempre se lembram de onde deixaram um martelo adequado.

Estudos sobre os chimpanzés demostraram que indivíduos não só lembram onde usaram uma pedra específica por último, mas também ficam de olho nela quando outros chimpanzés a usam em lugares novos.

A técnica parece ter se espalhado e um comportamento muito similar tem sido observado em chimpanzés em outros lugares.

Já vi macacos menores usarem essa mesma técnica, em zoológico.

Pensamento estratégico

O chimpanzé macho dominante de uma colônia em cativeiro não viu uma banana colocada perto dele por pesquisadores. Mas um jovem perspicaz viu.

Em vez de pegara banana ou chamar a atenção para ela, o jovem chimpanzé senta perto do animal mais velho e espera quieto e paciente, ignorando intencionalmente a tentadora truta.

O chimpanzé macho dominante, talvez intrigado ou irritado pela presença do mais jovem e de sua atitude aparentemente inexplicável, levanta-se e vai passear.

O plano cuidadoso do jovem chimpanzé funcionou, agora ele pode pegar a banana e comê-la sem interferência.

Os chimpanzés sabem como se medicar

Muitos animais, como a maioria dos seres humanos, recorrem a algum tipo de remédio quando se sentem mal. Os chimpanzés parecem ser capazes de associar a ingestão de determinadas plantas ao alívio de alguns males.

Observou-se que os chimpanzés ocasionalmente comem ao amanhecer algumas folhas da aspilia, semelhantes aos girassóis. Mas eles não engolem essas folhas logo. Massageiam-nas com cuidado na boca durante uns quinze minutos sem mastigá-las, e depois engolem-nas inteiras.

As folhas da aspilia contêm tiarubrina-A, uma droga potente usada na África tropical para combater a infecção por bactérias, fungos e vermes intestinais. Ao massagearem as folhas, os chimpanzés liberam a droga em seu organismo através dos tecidos bucais; se as mastigassem e engolissem como fazem com a maioria das folhas, a droga seria destruída pelos ácidos estomacais.

Ainda não se sabe ao certo por que os chimpanzés tomam a droga de manhã, antes de qualquer outra coisa. Talvez porque nessa hora a concentração da tiarubrina seja mais elevada, ou talvez porque estimule o despertar.

Também já foram observados chimpanzés doentes comendo plantas da família da vernônia e da trapoeraba. Eles mastigam brotos de vernônia e chupam o caldo amargo, como fazem os africanos quando têm problemas estomacais.

Essa planta é antibacteriana, e ajuda a fortalecer o sistema imunológico. A commelina, uma trapoeraba comestível, cresce em locais pantanosos e é antibiótico e um anticoagulante.

Ervas medicinais

Os chimpanzés engolem as folhas grossas e peludas das trapoeraba sem mastigá-las. A seiva leitosa serve para curar dor de ouvido e febre.

A importância das brincadeiras

Como um tapa ou cócegas podem ser mal interpretados, os animais que querem brincar dão evidentes sinais de cordialidade aos possíveis companheiros.
Grunhidos e sorrisos indicam a hora de brincar.

chinpanze

Quando estão brincando, os chimpanzés sorriem como humanos, com os olhos arregalados, os lábios puxados para trás e a boca ligeiramente aberta. Mas não mostram os dentes, pois indicaria medo ou agressividade para chimpanzés e a maioria dos macacos.

Filhotes aprendem a ser prudentes

Embora quase todas as brincadeiras sejam caracterizadas por movimentos exagerados e ‘brigas” controladas, às vezes não são bem-sucedidas. Em todas as espécies, os machos quase adultos brincam com mais brutalidade que os novinhos, às vezes os mais novos se machucam.

Quando a brincadeira envolve outros mais velhos e mais violentos, os pais têm de intervir. Mas experiências desse tipo ajudam os mais novos a perceber os limites de suas habilidades.

Um dos aspectos mais importantes da brincadeira dos animais é entre mãe e filhote. A brincadeira dá segurança ao jovem chimpanzé e estreita os laços com sua mãe.

Entre os primatas, o número de fêmeas novas e jovens de um grupo de brincadeira é, em geral, inversamente proporcional ao número de machos juvenis presente, pois os animais mais novos retiram-se à medida que a brincadeira fica mais frenética.

Brincadeiras solitárias desenvolvem músculos e habilidades.
Um gatinho agarra uma folha que rola ao vento, ou dá tapas numa bola de lã.

Isso demonstra que brincar sozinho ou com um objeto inanimado lhe dá prazer.

Macacos jovens passam horas balançando-se acrobaticamente ou carregando pedaços de madeira, como a criança carrega uma boneca.

O chipanzé se defende também

Para se defender, um chimpanzé é capaz de atacar um homem, ou outro animal maior do que ele.

Se teme ser capturado, resiste bravamente, agarrando o corpo de seu adversário e tentando mordê-lo.

O desenvolvimento excepcional que atingem os caninos no chimpanzé adulto poderia indicar que eles se alimentam também de carne, mas sabe-se hoje que só se tornam carnívoros quando criados em cativeiro.

Os caninos, portanto, só têm função defensiva e são usados quando o animal se sente ameaçado.

Os machos permanecem no seus bandos de origem, e as fêmeas jovens é que partem em busca de outros bandos quando atingem a maturidade sexual, em torno dos sete ou dez anos de idade.

Quando os machos de um grupo são parentes, não interessa a eles matar os animais mais jovens, pois as vítimas podem ser seus parentes.

Alguns chimpanzés espertos aprendem a linguagem humana

Eu diria que eles não têm mais o que fazer….rsrs

Quando os animais chamam uns aos outros, estão trocando informações, comunicando-se de um modo muito semelhante ao dos seres humanos.

Os cientistas descobriram que as informações estão contidas no próprio som, como nas palavras do homem.

Os macacos têm a mesma atitude se ouvirem um chamado ao vivo ou reproduzido por gravador.

Alguns símios aprenderam a responder à linguagem humana de sinais.

Vários chimpanzés, desde o Washoe, treinado nos Estados Unidos durante a década de 1960, até o gorila e o orangotango, aprenderam a linguagem americana dos surdos-mudos conhecida como Ameslan.

Washoe conseguia até ensiná-la a um companheiro mais jovem.

Uma chimpanzé chamada Sarah (foi feito até um filme sobre ela) dominou um tipo de linguagem onde formas coloridas substituíam palavras ou conceitos.

Nas seções de perguntas e respostas, ela tornou-se perita em posicionar formas em um quadro magnético para criar pequenas frases.

Sarah podia estruturar mensagens como ‘Dê maçã Sarah”. Conseguia também distinguir objetos iguais ou diferentes, colocando um símbolo plástico de “igual” entre objetos semelhantes e um símbolo de “diferente” entre os diferentes.

chinpanze

Dois chimpanzés, conhecidos como Sherman e Austin, aprenderam uma linguagem de formas em um teclado de computador, com um sistema semelhante. Eles conseguiam intercambiar instruções simples com seus treinadores e entre eles mesmos.

Mas o melhor comunicador de todos foi Kanzi, um bonobo (chimpanzé pigmeu), que aprendeu a mesma linguagem de teclado de Sherman e Austin, no Centro de Pesquisas de Linguagem perto de Atlanta, EUA.

Mas Kanzi também aprendeu os nomes em inglês das teclas usadas no computador. Em 1992 ele dava instruções verbais, inclusive para acender e apagar fogueiras em acampamentos e cozinhar no fogão.

Ele podia, através de linguagem do computador, fazer pedidos, o que demonstra algum tipo de capacidade para aprender uma linguagem.

Alguns golfinhos também tem sido treinados para desempenhar comandos complexos, apresentados por palavras ou símbolos.

Um dos casos mais surpreendentes de aprendizado animal é o de um papagaio africano cinza chamado Alex. Na década de 1980 Irene Pepperberg, uma cientista americana, ensinou-lhe uma variedade de palavras em inglês. A habilidade de Alex de manter um diálogo parecia tão avançada quanto a dos chimpanzés Washoe e Sarah, comparável a de uma criança de dois ou três anos de idade.

Reprodução

Apresentam reprodução sexuada e vivípara, como todos os macacos.

O período fértil das fêmeas dos chimpanzés é curto e ocorre no auge de seu ciclo sexual.

Se eles acasalarem em outra época, não gerarão filhotes.

Quando a fêmea está no cio, a pele rosa ou vermelha em volta de seus órgãos genitais fica inchada, o que assegura aos chimpanzés machos que ela está pronta para acasalar.

À medida que o período fértil da fêmea se aproxima, a inchação de seus órgãos genitais aumenta, ficando maior e mais proeminente na época da ovulação, o seu período mais fértil.

O cio da fêmea dura de quatro a seis semanas e, durante esse período, ela acasala até seis vezes por dia, com todos os machos de seu grupo. Mas, na última semana, à medida que ela se aproxima da ovulação, o macho dominante guarda-a só para si e briga para acasalar.

Depois da ovulação, os órgãos genitais da fêmea desincham e mantêm-se pequenos durante a gravidez.

Depois que o filhote nasce, ela só estará sexualmente receptiva depois de três ou quatro anos.

Cores e movimentos muitas vezes anunciam que o animal está em condição de acasalar. Porém, outros animais mantêm essa condição em segredo.

chinpanze

O chimpanzé macho examina uma fêmea para verificar se ela está pronta para acasalar.

Quando as fêmeas estão no cio, suas partes genitais ficam inchadas e vermelhas.

Os chimpanzés não têm uma casa fixa. Mudam de residência de acordo com as circunstâncias, geralmente em busca de alimento.

Podem ser encontrados mais facilmente nas zonas montanhosas, já que as planícies são cultivadas pelos nativos e menos arborizadas, por isso com menos material para a construção de ninhos.

De acordo com o número de indivíduos no bando e o tamanho das árvores disponíveis, os ninhos são construídos em uma só ou em várias, mas nunca se espalham por uma área extensa. Até cinco ninhos já foram vistos em uma mesma árvore.

Esses ninhos podem estar colocados a oito, dez ou até doze metros acima do solo.

Quando nasce, o filhote apega-se imediatamente ao primeiro ser que enxerga. Em geral, trata-se de sua mãe. Mas se ela morreu ou se mostra incapaz de alimentar e cuidar do filho, o recém-nascido apega-se a quem ou àquilo que substituiu sua mãe.

Os primatas quase sempre usam de dissimulação e contra-dissimulação paia obter comida e companheiros.

Os pássaros também fazem brincadeiras entre si.

Entre quase todos os macacos e símios, o forte macho dominante da tropa espera monopolizar todas as oportunidades de acasalamento com as fêmeas no cio.

Mas, às vezes elas estão interessadas em outros machos. Assim, os acasalamentos escondidos entre a fêmea e seu parceiro favorito, fora da vista do macho dominante, são bem comuns.

As fêmeas que procuram uma oportunidade para copular clandestinamente, sempre “ficam para trás” quando a tropa está andando.

O macho jovem com intenções semelhantes, pode cobrir o pênis ereto com a mão para que o macho dominante não venha a suspeitar de suas intenções.

O chimpanzé fêmea copula discretamente com um macho de status inferior, fora da vista do macho dominante da tropa.

Mas, se ele for informado do fato por algum dedo-duro, correrá enfurecido para o local para pegar o casal.

Este chimpanzé de dois anos está brincando com um pedaço de pano. Ele admira a cor, sente a textura e resistência e, como sempre, prova para saber se o pano é apetitoso. Depois faz movimentos para tentar rasgá-lo. Durante a sessão fotográfica, o chimpanzé observou com atenção algumas pessoas que também brincavam. Quando elas transformavam o pano num “cachecol”, num “chapéu” ou num véu de rosto e então riam com a brincadeira, demonstrando prazer e aprovação, o chimpanzé se sentia estimulado a prosseguir. Depois ele voltou sua atenção para detalhes e passou a puxar fiapos de linha do tecido. Ao brincar, o chimpanzé está desenvolvendo para o futuro a força dos músculos e a extrema destreza dos dedos, necessária para a higiene ou para manipular pequenos alimentos.

Estamos tão acostumados a ver nossas crianças às voltas com brinquedos educativos que até esquecemos as origens deles. Nas comunidades menos desenvolvidas, gravetos, pedras e folhas são brinquedos naturais perfeitos.

Na vida silvestre, os chimpanzés se alimentam principalmente de frutas e folhas. Mas também pegam cupins e formigas dos buracos, com o auxílio de uma vara. Examinar buracos, para eles, é uma atividade muito natural… mesmo que sejam os buracos de uma peça de brinquedo onde são nulas as chances de haver cupins.

É difícil imaginar uma formiga ou uma sanguessuga brincando.
As brincadeiras parecem restritas aos mamíferos, com seus sentidos bem desenvolvidos e sua capacidade de aprender e de ser inteligentes..

Brincar é uma atividade que predomina nos mamíferos jovens. É geralmente atividade “irresponsável”, feita pelo prazer de fazer.

Os chimpanzés gostam de confusão, os texugos adoram rolar no chão e os bebês ornitorrincos, ao rolar, guincham como os cachorrinhos.

As brincadeiras ajudam a desenvolver os músculos e a coordenação, treinam o carnívoro nas técnicas de caça e o herbívoro a prever ameaças. Para os mamíferos sociáveis, as brincadeiras constituem uma base para a comunicação pelos sons e movimentos corporais, que estabelece inclusive as atitudes de domínio e submissão no grupo.

chinpanze

O bando nunca chega a ser muito numeroso: uns dez a quinze indivíduos, inclusive as crias, que se agarram ao pêlo da mãe. Mas, pelo barulho que fazem, pode-se ter impressão de que seu número é várias vezes maior.

Além da algazarra vocal de guinchos, grunhidos e até gargalhadas, os chimpanzés são muito ativos, sempre em movimentação inquieta, no solo ou nas árvores.

Como não têm cauda, as acrobacias de galho em galho não chegam a ser tão espetaculares como as dos macacos pequenos. Outra limitação é o polegar curto das mãos dianteiras, visto que polegar é órgão importante para agarrar coisas, por ser um dedo oposto aos outros. Mas essa deficiência dos polegares superiores é compensada pelo maior desenvolvimento dos polegares inferiores, grandões e destacados dos outros dedos.

Os bandos são chefiados por um macho adulto e vagueiam pela floresta em busca de alimentos. O líder vai à frente explorando o terreno e dando a direcão aos demais.

Por causa da inteligência e de certas semelhanças com o organismo humano, chimpanzés são empregados em testes científicos. Um deles, o famoso Ham, foi o pioneiro de viagens espaciais.

Quando anoitece, não voltam aos lugares onde dormiram anteriormente. Ficam onde estão e, aí, preparam camas rudimentares de folhas no alto das árvores. Nas noites mais frias, as folhas servem também de agasalho: eles cobrem-se com elas para se protegerem do frio e da umidade.

Quando clareia o dia, o bando todo logo recomeça a movimentar-se e deixa para trás o acampamento.

A inteligência do chimpanzé, superior à da maioria dos animais, tem sido amplamente pesquisada e medida.
Chimpanzés criados desde o nascimento por psicólogos mostram desenvolvimento “mental” mais rápido que o de uma criança – embora só nos primeiros anos. A partir dos quatro anos de idade, com o desenvolvimento da linguagem, a criança toma a dianteira e continua a progredir, enquanto o chimpanzé estaciona. Outro sinal de inteligência: ele inventa instrumentos simples – por exemplo, emenda varas encaixáveis para alcançar uma banana onde seus braços não chegam.

Nômades por natureza, os bandos de chimpanzés nunca dormem duas vezes no mesmo lugar. Andando pela floresta, de vez em quando avistam bandos de babuínos, mas jamais ocorre conflito entre eles: uns ignoram os outros.

Até pouco tempo atrás, julgava-se que os chimpanzés se alimentavam exclusivamente de frutas, brotos, raízes tenras, mel, ocasionalmente insetos e ovos de aves – mas nunca de animais de porte. Hoje, sabe-se que pequenos antílopes podem ser capturados e devorados por chimpanzés. Bastante forte e bem dotado de dentes, um chimpanzé adulto realmente está equipado para dar caça a pequenos mamíferos, hábito já comprovado também entre babuínos.

Certas habilidades do chimpanzé revelam sua superioridade sobre os outros animais, em termos de inteligência. Para satisfazer o apetite, é capaz de inventar recursos, como o de cutucar o cupinzeiro com um raminho: os insetos provocados sobem no palito e ele rapidamente os devora. Depois repete a operação, às vezes em revezamento com um companheiro. Para beber água, ele molha folhas e depois deixa-as gotejarem acima da boca aberta. Tudo isso à primeira vista pode parecer insignificante, mas tem certas implicações. O homem conseguiu em boa parte superar os outros animais por causa da habilidade, que desenvolveu, em se utilizar de instrumentos para a execução de trabalhos mais complicados.

O chimpanzé, por assim dizer, é o mais próximo de nossos parentes vivos. É o mais inteligente dos antropóides.

Ele é um dos mais inteligentes entre os animais, o mais capaz de aprender e associar ideias para compreender coisas.
Não conhecemos bem sua história. Temos apenas alguns dentes de seus antepassados, que foram nossos primos. Mas é muito difícil descobrir fósseis de antropóides.

Todos eles – gibõesorangotangosgorilas, chimpanzés- são animais raros. Vivem em pequenos bandos, ou famílias, e, quando morrem, não enterram seus mortos. Por isso não há quase fósseis desses bichos. Em todo caso, sabemos que os chimpanzés têm a mesma idade dos antepassados diretos do homem — l milhão de anos. Pode-se dizer que somos primos da mesma idade.

Comportamento aparentemente inexplicável do chimpanzé: quando cai a chuva na floresta, as fêmeas se encarapitam nos galhos, enquanto os machos correm de um lado para outro, em gritos, saltos e gestos excitados, como se um perigo invisível os ameaçasse.