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Polvo

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Hoje vamos falar sobre o polvo.

Ficam boa parte do tempo entre rochas, escondidos dos predadores.
Outro recurso para escapar dos predadores é o jato de tinta que soltam, deixando o inimigo temporariamente sem visão.
Vivem de forma solitária, procurando o parceiro somente na época da reprodução.

Todos os polvos são predadores e alimentam-se de peixes, crustáceos e invertebrados, que caçam com os braços e matam com o bico quitinoso. Para auxiliar à caça, os polvos desenvolveram visão binocular e olhos com estrutura semelhante à do órgão de visão do ser humano, que têm percepção de cor.

polvo

Classe: Cefalópodes
Ordem: Octópodos
Família: Octopodídeos

 

Cefalópodes

A característica principal desses animais é a de possuir os pés na cabeça.

Seus pés são modificados em tentáculos.

A concha do cefalópodes podem ser internas, externas ou podem não apresentar conchas.

Esses animais só se reproduzem uma vez na vida e morrem logo após a reprodução.

Sobre o fundo do mar, o polvo pode deslocar-se com sucessivas “passadas” dos tentáculos.

Para locomoção mais rápida, sem nenhum apoio sólido, o polvo ejeta bruscamente a água que mantém numa bolsa.

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A fêmea deposita seus ovos nas fendas que se formam entre as rochas

A reprodução dos polvos é sexuada.

Possuem um corpo mole, coberto por uma pele sensível à luz

Possuem uma visão bem desenvolvida, sendo que os olhos conseguem distinguir as cores.

Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa “oito pés”.

Possuem oito braços com fortes ventosas dispostos à volta da boca.

Como o resto dos cefalópodes, o polvo tem um corpo mole mas não tem esqueleto interno (como as lulas possuem) nem externo (como o nautilus).

Os polvos possuem ventosas, que aderem inabalavelmente à qualquer superfície.

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Uma dica para mergulhadores

Se um polvo se enrolar em você, aproxime-se de uma pedra, ele com certeza vai desistir, e trocar você pela pedra.

Na verdade a intenção do polvo não é agredir e sim segurar-se para não ser levado pela correnteza.

Nas cavernas e reentrâncias da costa pedregosa, o polvo facilmente se confunde com a vegetação e as manchas coloridas de ostras aderidas às pedras.

Para os praticantes de mergulho, o polvo comum não assusta com sua aparência. A grande maioria dos polvos de várias espécies são animais fugidios. Mesmo os grandes oferecem pouco perigo, embora existram registros de raros ataques.

Os hábitos são tão variados quanto as dimensões de polvos adultos. Alguns, do oceano Índico, medem apenas uns 3 centímetros de diâmetro. Mas já foram vistos espécimes com 2 metros e meio de diâmetro.

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Macroneurônios

Os cefalópodes apresentam macroneurônios que só aparecem nesta classe e são mais desenvolvidos do que qualquer outro invertebrado.

Vivem em todos os mares, os polvos podem habitar águas rasas do litoral, ou o fundo de águas profundas, e também o alto-mar.

Para impedir que mariscos se encerrem na concha, o polvo às vezes calça a abertura com alguma pedrinha. Por essa fenda, então, pode introduzir o bico e arrancar a presa pedaço por pedaço.

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Defesa

Um polvo escondido numa concha

Principalmente conhecidos pela capacidade de liberar uma tinta quando em fuga, os polvos possuem três mecanismos típicos de defesa: glândulas de tinta, camuflagem e autotomia dos braços.

A maioria dos polvos são capazes de liberar uma densa nuvem de tinta, que os ajudam a escapar de predadores. A principal substância da tinta é composta por melanina que também dá a coloração dos cabelos e pele dos seres humanos. A nuvem de tinta também possui cheiro, sendo capaz de confundir predadores como tubarões que dependem muito do olfato para localizar a presa.

A camuflagem dos polvos é obtida através de algumas células especializadas de sua pele, podendo alterar a cor aparente e a opacidade de sua epiderme. Cromatóforos contém pigmentos de cores como amarelo, laranja, vermelho, marrom e preto. A maioria das espécies possuem três desses pigmentos, embora algumas espécies tenham dois ou quatro. Outra característica de mudança de cor é obtida através de alteração da refletividade.

A capacidade de mudança de cor também serve para alertar outros polvos sobre o perigo de ataque de um predador. O polvo de anés azuis pode se tornar de um amarelo intenso com anéis azuis quando provocado.

As ventosas não mudam muito de cor, como o resto do corpo. O bico, parecido com o do papagaio, e a nuvem de tinta escura são dois recursos de defesa.

Alguns polvos, quando ameaçados, têm a capacidade de autotomia dos braços de forma semelhante às lagartixas que podem liberar suas caudas. Os braços liberados servem como distrativos para os predadores em sua caça.

Polvos de poucas espécies, como o Thaumoctopus mimicus (o famoso polvo mímico), têm um quarto mecanismo de defesa. Eles conseguem combinar a alta flexibilidade de seus corpos com a mudança de coloração imitando outros animais mais perigosos como o peixe-leão, cobras-do-mar e moréias. Também são capazes de alterar sua textura a fim de atingir uma camuflagem imitando pedras e algas.

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Reprodução

A reprodução é sexuada e inicia-se com um ritual de acasalamento que pode durar várias horas ou dias.

Biólogos consideram que quando a fêmea está pronta para a fecundação ela libera um feromônio sexual, que além de atrativo, previne que o parceiro sexual as devore (o canibalismo é comum em várias espécies de polvos).

A fêmea pode ser fecundada por um ou mais parceiros sexuais nesse período. Quando aceito pela fêmea, os espermatozóides do polvo macho são introduzidos, na forma de espermatóforos, através de dois braços especializados, chamados de hectocotylus. O polvo macho morre num período de alguns meses após a cópula.

A fêmea, após a fecundação, pode guardar os espermatozóides por semanas até que os óvulos estejam maduros. Dependendo da espécie, a fêmea deposita os ovos fecundados num “ninho” em fileiras ou isoladamente, e podem ser até 200.000 ovos.

Durante a maturação dos ovos, a fêmea cuida deles, evitando outros organismos os ataquem.

Ela também facilita a circulação de correntes de água a fim de que os ovos recebam oxigenação suficiente. Durante esse período a fêmea não se alimenta e normalmente morre pouco depois dos ovos eclodirem.

Depois dos ovos eclodirem, os filhotes vivem numa fase paralarvae. Nessa fase eles alimentam-se de pequenos animais do plâncton tais como copépodes, e larvas de caranguejos e estrelas-do-mar.

Quando nasce, depois de 4-8 semanas de Incubação, é apenas uma larvazinha entre milhares que emergem dos ovos. São massas gelatinosas que aderem às pedras do fundo e ficam pendentes, oscilando nas correntes marinhas. Assim, a oxigenação dos ovos é mais favorecida do que se a massa fosse um monte compacto.

A larvazinha, ao nascer, ainda não tem condições de habitar o fundo. Fica boiando na superfície, como parte do plancton oceânico. Para sobreviver, é preciso que nenhum bicho maior a encontre. Por Isso, menos de 1% consegue desenvolver-se até a idade adulta.

Nessa fase integram a cadeia alimentar de seres vivos maiores como águas-vivas e baleias. Depois da fase paralarvae, quando os filhotes tornam-se maiores, deixam a superfície dos mares, tornando-se adultos no fundo dos mares, em baixas profundidades.

A visão mais sofisticada do fundo do mar

O polvo, a lula e a sépia têm os olhos mais desenvolvidos de todos os invertebrados, e alguns têm os maiores do mundo. Os olhos da lula madura são do tamanho de uma bola de futebol, e ela chega a medir 18m.
Esses animais são conhecidos como cefalópodes, e a estrutura de seus olhos assemelha-se a dos nossos, embora os olhos dos cefalópodes e dos mamíferos tenham evoluído de modo bastante independente. Mas há uma diferença característica. Ao contrário dos olhos humanos, que mudam a forma do cristalino para obter um foco preciso, os dos cefalópodes focalizam mexendo o cristalino para trás e para frente, como o mecanismo de um projetor de diapositivos.
Em quase todos os animais terrestres, a córnea — uma película transparente e curva que reveste a parte frontal do olho — refrata os raios luminosos que entram no olho a fim de convergi-los para o cristalino. Quanto maior a curvatura da córnea, maior o ângulo de refração. A córnea evoluiu para compensar a refração da luz quando ela passa do ar para o líquido no interior do olho. Assim que a córnea focaliza a luz que entra no olho, o cristalino forma uma imagem precisa na retina, uma tela de células fotossensíveis na parte ocular posterior.
As criaturas marinhas, contudo, não precisam compensar a refração da luz por viverem em meio líquido. Nos polvos e nas lulas, a córnea contribui pouco para o foco, que é todo feito pelo cristalino.

Quase todos os bichos possuem olhos. Algumas manchas pigmentadas nas cabeças dos vermes são olhos rudimentares. Mesmo as medusas são sensíveis à luz. Mas nem todos os olhos enxergam da mesma maneira. Às vezes o mesmo animal possui olhos que formam imagens e “olhos” que apenas distinguem a passagem de uma sombra.
Alguns moluscos desenvolveram olhos bastante razoáveis. Mas os melhores olhos, entre os invertebrados, são os dos cefalópodes (polvos, lulas, sépias). A semelhança entre o olho dos cefalópodes e o dos vertebrados é outro caso de evolução paralela ou convergente. Bichos sem a menor relação entre si desenvolveram o mesmo mecanismo: o olho em câmara, com a estrutura da máquina fotográfica. O que torna esse caso mais interessante é que isso não era necessário: há outros tipos de olhos que funcionam muito bem, como os olhos facetados dos insetos.

Em experiências, comprovou-se que o polvo é capaz de reconhecer e lembrar-se de diferentes tamanhos e formas. O molusco sabe distinguir a diferença entre retângulos verticais e horizontais. Sendo um predador sedentário, o polvo embosca os camarões e outros animais marinhos
escondido numa fissura da rocha. Seu sentido do tato muitíssimo desenvolvido soma-se à informação que ele obtém através dos olhos. A lula, contudo, é um caçador de mar aberto, portanto, conta mais com a visão para aiudá-la a atingir seu alvo. Por ser tão dependente dos olhos, ela usa uma área maior do cérebro para processar a informação visual.

Especialistas em camuflagem no mar

Embora o polvo seja um dos mais hábeis-artistas do reino animal em termos de mudança de cor, aparentemente ele não vê cores. No entanto, muda tanto de cor para se disfarçar que pode igualar-se a qualquer fundo em menos de um segundo, chegando a criar pintas para confundir-se a terrenos manchados.
O segredo da camuflagem do polvo está na sua pele sensível e complexa e na sua capacidade de distinguir cores através das suas diferentes intensidades de luz. Os cromatóforos — células em forma de bolsas na pele do polvo — contêm pigmento vermelho, amarelo ou preto, e o animal altera a cor da pele ajustando os músculos que as envolvem.
Ele pode contrair os músculos para aumentar um cromatóforo, tornando a cor mais visível. Por outro lado, quando relaxa os músculos, reduz o cromatóforo a um ponto de cor quase invisível. Essa capacidade de expansão ou contração dos cromatóforos permite que o polvo crie desenhos coloridos no corpo. No entanto, a gama de disfarces do polvo supera em muito a gama de cores de seus cromatóforos. Embora não haja bolsas de pigmento azul, o polvo pode parecer azul. São as pequenas pilhas de chapas refletoras na sua pele, como se fossem minúsculos espelhos, que tornam isso possível. Ele pode usá-las para refletir a luz, igualando-se à cor do ambiente.
Os polvos também conseguem imitar a textura do terreno que estão atravessando. Na areia chata sua pele parece lisa.