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Água-viva e Caravela

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A água-viva é uma das criaturas mais bonitas, estranhas e misteriosas que existem.
agua viva

Tão perigosas quanto bonitas.
A água-viva existe há mais de 650 milhões de anos e existem milhares de espécies diferentes.
A maioria é transparente e tem o formato de um sino.

As águas-vivas são animais marinhos, que variam bastante de tamanho.
Existem algumas de menos de 2 centímetros, e outras com mais de 2 metros de diâmetro, com tentáculos de até 40 metros de comprimento.
Na grande maioria a locomoção depende da das correntes pois não têm forças para ir contra a correnteza, mas algumas água-vivas conseguem nadar lançando um jato de água, e essas podem nadar conta a corrente.
A água-viva é um animal marinho do filo Cnidaria, que existe nas classes Scyphozoa, Hydrozoa e Cubozoa.
A boca fica no centro do corpo, na parte de baixo, entre os tentáculos.
São parentes da água-viva os corais, anêmonas do mar e a caravela-portuguesa.
A água-viva é um animal que tem o corpo composto por cerca de 98% de água. Se ela encalhar na praia, praticamente irá desaparecer à medida que a água evaporar.

Simetria Radial

simetria_radial

Seu corpo tem simetria radial – os membros se estendem de um ponto central como os raios de uma roda.

Simetria radial significa que todos os lados da água-viva são iguais.

Se você cortar uma água-viva pela metade em qualquer ponto, sempre terá partes iguais.
A água-viva não possui ossos, cérebro nem coração.

Para ver a luz, detectar odores e se orientar, a água-viva tem nervos sensoriais na base de seus tentáculos.

O corpo da água-viva geralmente é composto de seis partes

* a epiderme, que protege os órgãos internos (pele).
* a gastroderme, que é a camada interna (outra pele por dentro).
* a mesogléia, ou parte gelatinosa intermediária, entre a epiderme e a gastroderme(uma meleca gelatinosa no meio das duas peles).
* a cavidade gastrovascular, que funciona como um conjunto do esôfago, estômago e intestino, tudo em um só.
* um orifício que funciona como boca e orgão excretor.
* tentáculos.

Medusa

agua viva

Uma água-viva adulta também é conhecida como Medusa (por causa de Medusa, a criatura mitológica com cobras no lugar do cabelo).
Uma medusa vive cerca de três a seis meses.
A água-viva é carnívora, ou seja, ela come outros animais.
As águas-vivas menores também se alimentam de algas e outros plânctons minúsculos, chamados zooplânctons, através de infiltração.
As águas-vivas maiores comem crustáceos e outros animais aquáticos grandes.

Cifozoários

Compreendem apenas medusas.

Podem ter de poucos centímetros a 3 metros de diâmetro. Em geral, são grandes, têm a camada gelatinosa (mesogléia) bem desenvolvida e não apresentam uma lâmina delgada encontrada na face convexa doz hidrozoários (acraspédotas ou acalefas).

Esta classe é muito comum no litoral brasileiro, frequentemente, encontram-se medusas nas praias, depois das marés altas.

Movimentam-se por jato-propulsão, ou seja, pela contração das faixas musculares que expulsam a água e deslocam a medusa.
Muitas se alimentam de peixes, camarões e outros pequenos crustáceos. Algumas têm braços bem longos, mas os tentáculos da Cycmea chegam a alcançar o incrível comprimento de 40 metros. Em compensação, noutras espécies eles são tão curtos que se tornam difíceis de perceber à primeira vista.

agua viva

Fases do desenvolvimento

Depois que o macho libera seu esperma na água por seu orifício, o esperma nada até o orifício da fêmea e fertiliza os óvulos.
Várias dezenas de larvas de água-viva podem ser concebidas de uma só vez.

As larvas, chamadas plânulas pelágicas, têm forma oval e são ciliadas.
Em algumas espécies, as larvas se desenvolvem como uma nova medusa, em outras, elas flutuam nas correntes e procuram uma superfície sólida para se fixarem, como uma rocha.
Ao se fixarem, elas se tornam pólipos, cilindros ocos com uma boca e tentáculos na parte superior.

Os pólipos reproduzem-se assexuadamente dividindo-se em gomos, cópias menores do pólipo-pai.

Estes gomos podem libertar-se e fixar-se em outro substrato ou podem iniciar o processo de divisão em discos sobrepostos que se libertam como larvas chamadas éfiras.
Depois de algumas semanas, as éfiras se desenvolvem, tornando-se medusas adultas.

O veneno das águas vivas

O corpo das águas-vivas e mais abundantemente os tentáculos são cobertos por células urticantes (cnidócito).
Quando uma água-viva encontra outro objeto, uma estrutura de disparo no exterior do cnidócito, um “gatilho” denominado cnidocílio, prepara o veneno para ser “lançado”.
As estruturas das células urticantes atingem a vítima como pequenos dardos venenosos.
O veneno é uma neurotoxina que paralisa a presa.

Embora uma água-viva possa matar um animal aquático pequeno, sua fisgada normalmente não é fatal aos humanos, mas claro…toda regra tem excessões, e algumas são fatais até para humanos.
A fisgada costuma provocar dor, irritações na pele, febre e cãibras nos músculos. O grau de dor e a reação a uma fisgada de água-viva pode depender da espécie. As águas-vivas maiores têm cnidoblastos grandes que podem penetrar mais fundo na pele e algumas delas possuem um veneno mais forte do que outras.

Não é possível nadar com segurança entre as águas vivas.

A moça da foto está em um lago em Palau (ilha do Pacífico) onde as água-vivas desenvolveram-se sem predadores e por isso não necessitam se defender e não possuem tentáculos urticantes.
É um raro, se não o único, lugar do mundo onde essa cena seria possível.

A outra foto mostra um ferimento sério feito por uma água-viva conhecida como vespa-do-mar.

Sua fisgada é um mecanismo de defesa e uma forma de capturar a presa.

Predadores da água-viva

Seus tentáculos urticantes ajudam a manter os predadores longe e seu corpo transparente ajuda a passar desapercebida.

Alguns animais, como as tartarugas-cabeçudas, o peixe-lua e o peixe-enxada, comem água-viva.
Alguns peixes jovens vivem sobre ou até mesmo dentro da água-viva. Eles se escondem nos tentáculos para evitar serem comidos por predadores até ficarem adultos.
Algumas pessoas (na China e no Japão) também comem água-viva.
Com exceção das fisgadas ocasionais, a água-viva normalmente não é perigosa.
Mas nos últimos anos, determinadas partes do mundo, como Japão, Austrália e alguns locais da Europa, observaram um aumento problemático nas populações de água-viva. Os cientistas acreditam que o aumento no número de águas-vivas pode estar relacionado com nutrientes extras na água, alterações no clima ou a pesca ao longo da costa (menos peixes, menos predadores naturais, mais águas-vivas).
Os aumentos exagerados na população são chamados de florescências.
Em grandes quantidades, as águas-vivas provocam estragos nas indústrias pesqueiras, furam redes de pesca e dizimam populações de peixe.

agua viva

Água viva em aquário

A água-viva sobrevive melhor no seu ambiente natural, mas muitos aquários têm tanques com este animal. As pessoas que capturam e criam a água-viva em cativeiro devem tomar muito cuidado para não danificar seu corpo frágil. É fácil recolher a água-viva no estágio de pólipo, quando ela está menos vulnerável.
O ideal é que ela fique em um tanque sem cantos pontiagudos ou obstáculos nos quais poderia se cortar. Além disso, a água precisa ter um certo fluxo porque a água-viva se desloca basicamente através das correntes – mas não sempre para o mesmo lado, ou ela ficará entocada num canto.

As fotos abaixo foram feitas em aquários.
água-viva fotografada em aquário de New Yorkáguas vivas em aquário

 

Caravela Portuguesa

A caravela-portuguesa não é uma água-viva, embora se pareça com uma.
Na verdade, ela é um sifonóforo, ou seja, uma colônia (grupo) de 4 animais que vivem juntos, cada qual com sua função.
A caravela tem este nome porque pode usar o vento para se movimentar (como antigos navios chamados caravelas).
A caravela-portuguesa, é membro do mesmo filo da água-viva, Cnidários, da classe Hydrozoa.
Sua fisgada pode ser muito dolorosa e tóxica, e pode apresentar sintomas como calafrios, febre, náusea, vômito e choque.
Em alguns casos, as fisgadas são fatais.

Os Physalia são verdadeiras “caravelas”, em forma de bexiga alongada, de onde pendem tentáculos que chegam a atingir vários metros de comprimento.

Azuladas, em forma de um disquinho, com diâmetro de 4 a 7 cm, e uma minúscula crista vertical semelhante à vela de um barco, as Velella flutuam livremente ao sabor das ondas e são encontradas até nas proximidades das praias.
Nas praias brasileiras são comuns as caravelas com pneumatóforo (bolsa flutuante), que medem entre 2 e 4 cm de comprimento.

Hidrozoários

agua viva

Esta classe inclui pólipos e medusas, na maioria marinhos e com uma estrutura simples.

No litoral brasileiro, encontram-se colônias de Ofélia, pequenas, incolores e transparentes, sendo um conjunto de pólipos com funções variadas.

Na água doce é comum a Hydra, um pequeno pólipo verde, que se movimenta frequentemente por cambalhotas.

A foto ao lado é de uma Hydra, um hidrozoário de água-doce.

Os Physalia  (caravelas) também são hidrozoários.

As principais características dos hidrozoários são:

-Mesogléia acelular
-Cavidade gastrovascular sem divisões
-Gónadas de origem ectodérmica
-Cnidócitos só na epiderme
-Modo de vida colonial
-Polimorfismo, colônias constituidas por elementos com funções específicas e com e alto grau de coordenação

Algumas água-vivas apresentam luminosidade própria.

Provavelmente a água-viva da foto abaixo vive em águas profundas, pois tem uma certa luminosidade própria, comum em seres abissais.
É um processo parecido com a fotossíntese (mas não igual).

agua viva

Esta também apresenta grande luminosidade, e com certeza trata-se de habitante de grandes profundidades, onde a luz do sol não consegue iluminar.

Desconheço a proveniência desta água-viva abaixo, porém posso imaginar, pelo escuro do fundo da foto, que se trate de habitante de águas muito profundas, onde a luz do sol não ilumina.
Note que ela apresenta duas abóbadas transparentes, uma dentro da outra, sendo a interior vermelha e raiada.

Dactilomera Pacifica

Esta medusa tem longos tentáculos.
Algumas tem tentáculos que podem chegar até aos 40 metros de comprimento.

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Vivem em grupos

Para o desespero de pescadores e banhistas desavisados, a maioria das águas-vivas andam em grupos grandes.
A cor azul com as manchinas brancas desta da foto abaixo é tão bonita quanto difícil de encontrar.

A diversidade das águas-vivas é enorme

Existem em inúmeras cores, formatos e tamanhos diferentes, vivendo em diferentes áreas e diferentes profundidades.

A imensa maioria dos animais que vivem no mar em grandes profundidades são totalmente desconhecidos para nós.

Entre eles inúmeros tipos de águas-vivas, que provavelmente nem cheguemos a ver.

Segundo Klaus (um colaborador), que encontrou essa informação no Atlas Mirador Internacional, a criaturinha ao lado é uma espécie de água-viva abissal, que vive abaixo de 3000m de profundidade e mede 75mm de diâmetro.

Mas a gente ainda não sabe o nome da espécie.

Se você souber me conta (o email está no rodapé da página).

Algumas vezes, quando a maré grande vai embora, algumas destas aparecem mortas na praia da Pinheira (SC).

Aliás pra quem gosta de estudar estes animais, esta praia apresenta grande número de espécies diferentes de água-viva, durante todo o ano, algumas espécies bem grandes.

Acima uma linda água viva transparente com os órgãos internos coloridos e bem visíveis e uma medusa com tentáculos curtos e esbranquiçados, enquanto sua parte superior apresenta um tom azulado muito bonito.

Acima a medusa gigante, chegando a ser bem maior do que uma pessoa adulta.

Algumas medusas são quase que totalmente transparentes (como estada foto abaixo), o que torna muito difícil para um banhista identificá-la dentro da água.

Abaixo uma água-viva com tentáculos crespos, e uma amarelinha cheia de manchinhas brancas.

Acima, grande água-viva com tentáculos levemente rosados.
Esta, como a maioria delas, pode causar grandes e doloridas queimaduras.